sábado, 21 de março de 2015

IMIGRAÇÃO ITALIANA NO BRASIL

No Brasil, o interesse em receber mão-de-obra era grande. As lavouras de café se expandiam e os movimentos abolicionistas culminaram, justamente em 1888, com a abolição da escravatura. Na época, muito se discutia sobre como substituir o trabalho escravo.
Uma das possibilidades cogitadas foi a importação de chineses, os "coolies", mas a idéia foi abandonada. Seria apenas uma nova forma de escravidão. Por fim, a imigração espontânea de europeus, principalmente italianos, foi a solução encontrada para o problema da mão-de-obra.
Ficou acertado que, os italianos que viessem para o Brasil, poderiam se dedicar à sua especialidade. O governo italiano incentivava a migração, inclusive subsidiando a viagem. Os desempregados tinham prioridade para embarcar.
O Brasil, em contrapartida, prometia aos imigrantes um lote de terra e bons salários. Não demorou para que os recém-chegados se decepcionassem. A viagem de até 30 dias da Itália para o porto de Santos era muito ruim. Os imigrantes vinham na terceira classe, nos porões dos navios. Havia superlotação, a comida era ruim e não havia assistência médica. Muitos morriam ainda na viagem.
No início, o governo recebia os imigrantes em alojamentos provisórios. Em 1882 foi inaugurada uma hospedaria, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Mas o local era pequeno e lá proliferavam doenças. Foi necessário começar a construir um novo local que atendesse à demanda de estrangeiros.
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        (28657 bytes) fachada da Hospedaria do Imigrante
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        (42710 bytes) refeitório da Hospedaria do Imigrante
Em junho de 1887 começou a funcionar a Hospedaria do Imigrante, com capacidade para 1200 pessoas. Houve casos em que se registrou a presença de 6 mil pessoas alojadas. Em 91 anos de atividade, o local acomodou quase três milhões de pessoas. Hoje, o complexo abriga o Museu da Imigração.
Na nova Hospedaria, os imigrantes eram informados sobre o regulamento interno - impresso em seis idiomas -, recebiam refeições diárias e tinham acesso aos dormitórios, com divisões para famílias e solteiros.
Apesar da melhoria na chegada, era preciso ainda aprimorar o tratamento no trabalho. No início, os imigrantes eram tratados como escravos, alguns chegaram a dormir nas senzalas. Isso porque os fazendeiros demoraram algum tempo a se acostumar com o novo sistema de trabalho.
No estado de São Paulo a situação era melhor do que na maior parte do País. Com o que ganhavam nas colheitas, alguns imigrantes puderam juntar dinheiro para adquirir terras e até mesmo para se mudar para a capital. E foram o dinheiro e o espírito empreendedor de alguns desses imigrantes italianos que ajudaram a cidade de São Paulo a se desenvolver industrialmente.
Em 1900 imigrantes começaram a montar fábricas na capital, quase sempre no bairro do Brás, que por décadas foi um reduto italiano. Os Matarazzo e os Crespi foram os primeiros grandes industriais de São Paulo. Eles constituíram o grupo dos "condes italianos", título que mantiveram por décadas.
O Brás abrigou ainda a fábrica dos Scarpas, de Paschoal Bianco, além da loja ao Preço Fixo de Pontremolli, precursora das Lojas Americanas. A construção civil também teve expoentes italianos: Giuseppe Martinelli, que construiu seu edifício e Crestana, dono de grandes empreendimentos.
Já em 1900, 35 indústrias paulistas pertenciam a italianos. Em 1901, o Estado tinha cerca de 50 mil industriários, sendo que menos de 10% deles eram brasileiros, pois a maioria era de italianos.
Curiosidades:
- De 1870 a 1920, o Brasil recebeu cerca de 1,5 milhão de imigrantes italianos. Só para o Estado de São Paulo vieram 965 mil, ou seja, quase 70% do total.
- De acordo com dados da biblioteca do Memorial do Imigrante, de 1880 a 1889 o Estado de São Paulo recebeu 144.654 italianos. Só em 1888 vieram para o Estado 91.826 imigrantes, destes, 80.749 italianos.
- Em 1889 já se falava em excesso de imigrantes no País.
- Em 1890, a cidade de São Paulo registrou a chegada de aproximadamente 64 mil imigrantes da Itália.
- Durante a Segunda guerra (1939 a 1945) o governo italiano suspendeu a imigração subsidiada.
- No início do século, circulavam em São Paulo quatro jornais em italiano.
- Acredita-se que houve um tempo em que o idioma mais falado em São Paulo era o italiano.
- Estima-se que ainda hoje São Paulo possua a terceira maior colônia italiana, depois de Nova York e Buenos Aires.
- Dados de 2000 da Embaixada da Itália apontam a presença de 25 milhões italianos e descendentes no Brasil.
- O Estado de São Paulo abriga hoje 6 milhões italianos e descendentes, segundo estimativa do Consulado Italiano.

(trabalho elaborado por Carolina Martinelli Massaro)

Curiosidades:
- De 1870 a 1920, o Brasil recebeu cerca de 1,5 milhão de imigrantes italianos. Só para o Estado de São Paulo vieram 965 mil, ou seja, quase 70% do total.
- De acordo com dados da biblioteca do Memorial do Imigrante, de 1880 a 1889 o Estado de São Paulo recebeu 144.654 italianos. Só em 1888 vieram para o Estado 91.826 imigrantes, destes, 80.749 italianos.
- Em 1889 já se falava em excesso de imigrantes no País.
- Em 1890, a cidade de São Paulo registrou a chegada de aproximadamente 64 mil imigrantes da Itália.
- Durante a Segunda guerra (1939 a 1945) o governo italiano suspendeu a imigração subsidiada.
- No início do século, circulavam em São Paulo quatro jornais em italiano.
- Acredita-se que houve um tempo em que o idioma mais falado em São Paulo era o italiano.
- Estima-se que ainda hoje São Paulo possua a terceira maior colônia italiana, depois de Nova York e Buenos Aires.
- Dados de 2000 da Embaixada da Itália apontam a presença de 25 milhões italianos e descendentes no Brasil.
- O Estado de São Paulo abriga hoje 6 milhões italianos e descendentes, segundo estimativa do Consulado Italiano.

(trabalho elaborado por Carolina Martinelli Massaro)

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