sábado, 21 de março de 2015

BRASIL PAGAVA AS PASSAGENS DO IIMIGRANTES NO NAVIO (IMIGRAÇÃO ITALIANA)

WHIKIPEDIA

A imigração italiana no Brasil foi intensa, tendo como ápice o período entre os anos de 1880 e 1930. A maior parte dela se concentrou no estado de São Paulo.7 Os italianos começaram a imigrar em número significativo para o Brasil a partir da década de 1870. Foram impulsionados pelas transformações socioeconômicas em curso no Norte da península itálica, que afetaram sobretudo a propriedade da terra. Um aspecto peculiar à imigração em massa italiana é que ela começou a ocorrer pouco após a unificação da Itália (1861), razão pela qual uma identidade nacional desses imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.7
O século XIX foi marcado por uma intensa expulsão demográfica na Europa. O alto crescimento da população, ao lado do acelerado processo de industrialização, afetaram diretamente as oportunidades de emprego naquele continente. Estima-se que, entre 1870 e 1970, em torno de 28 milhões de italianos emigraram (aproximadamente a metade da população da Itália). Entre os destinos principais estavam diversos países da Europa, América do Norte e América do Sul.8
Não apenas a população da Itália, mas de toda a Europa de um modo geral estava afundada na miséria no século XIX. A transição entre um modelo de produção feudal para um sistema capitalista afetou diretamente as condições sociais no continente europeu.9 As terras ficaram concentradas nas mãos de poucos proprietários, havia altas taxas de impostos sobre a propriedade, fazendo o pequeno proprietário se endividar com empréstimos. Havia a concorrência desigual com as grandes propriedades rurais, que fazia o preço dos produtos do pequeno proprietário ficarem muito baixos, empurrando essa mão-de-obra para as indústrias nascentes, que não conseguiam absorver essa massa de trabalhadores, saturando as cidades com desempregados. A medida que a disputa pelos mercados consumidores se acirrou, a concentração de terras nas mãos de poucos se agravou. Assim, milhões de camponeses, que antes eram pequenos proprietários rurais, desceram à condição de trabalhadores braçais (bracciante) nas grandes propriedades rurais. Mesmo aqueles que continuaram na condição de pequenos proprietários não conseguiam mais tirar seu sustento da terra. Isto porque as terras eram normalmente adquiridas por herança, e o filho mais velho adquiria a propriedade após a morte do pai, enquanto os outros filhos eram excluídos. Mesmo quando as terras eram divididas entre os filhos, o fracionamento acarretava no recebimento de um pedaço de terra muito pequeno, tornando impossível dali extrair o sustento.9
No século XIX, a população europeia cresceu duas vezes e meia, agravando ainda mais os problemas sociais naquele continente. Ao retratar o Vêneto oitocentista, região italiana de onde veio 30% dos imigrantes italianos no Brasil, o historiador Emilio Franzina escreveu que "podia-se morrer de inanição e que a única alimentação da classe rural não passava de polenta, uma vez que a carne de vaca era um mito e o pão de farinha de trigo inacessível pelo seu alto preço". Em outras regiões da Itália e em outros países europeus a situação não era diferente: a fome e a miséria assolavam a Europa. O camponês europeu nutria grande amor pelo seu pedaço de terra e toda a sua existência girava em torno da manutenção da sua propriedade. O seu mundo não ia além da comunidade a qual pertencia e seu ideal econômico era a auto suficiência. O continente americano aparece, nesse contexto, como um destino sonhado por milhões de europeus, que imigravam com a promessa de se tornarem grandes proprietários agrícolas.9
Foi assim que milhões de camponeses europeus, que não conheciam nada além do seu vilarejo de origem, tornaram-se emigrantes. Primeiramente, buscaram trabalho nas cidades. Em seguida, nos países vizinhos, numa migração sazonal quando a demanda por mão-de-obra aumentava, como em época de colheitas. Depois, regressavam para casa. Quando essas alternativas já não surtiam mais efeito, buscaram a emigração transoceânica, sobretudo para os países das Américas. Estados Unidos, Canadá e Argentina eram países que tinham a capacidade de atrair grande número de imigrantes espontâneos. O Brasil, por sua vez, teve que apelar para uma migração subvencionada, na qual o próprio governo brasileiro pagava a passagem dos imigrantes.9 Do fim das Guerras Napoleônicas até a década de 1930, 60 milhões de europeus emigraram. Destes, 71% foram para a América do Norte, 21% para a América Latina (sobretudo Argentina e Brasil) e 7% para a Austrália. Nota-se que a nacionalidade que mais imigrou para a América Latina foi a italiana, superando os espanhóis e os portugueses. Dos 11 milhões de imigrantes que foram para a América Latina, 38% eram italianos, 28% eram espanhóis e 11% eram portugueses.10

IMIGRAÇÃO ITALIANA NO BRASIL


Ficou acertado que, os italianos que viessem para o Brasil, poderiam se dedicar à sua especialidade. O governo italiano incentivava a migração, inclusive subsidiando a viagem. Os desempregados tinham prioridade para embarcar.
O Brasil, em contrapartida, prometia aos imigrantes um lote de terra e bons salários. Não demorou para que os recém-chegados se decepcionassem. A viagem de até 30 dias da Itália para o porto de Santos era muito ruim. Os imigrantes vinham na terceira classe, nos porões dos navios. Havia superlotação, a comida era ruim e não havia assistência médica. Muitos morriam ainda na viagem.
No início, o governo recebia os imigrantes em alojamentos provisórios. Em 1882 foi inaugurada uma hospedaria, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Mas o local era pequeno e lá proliferavam doenças. Foi necessário começar a construir um novo local que atendesse à demanda de estrangeiros.
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        (28657 bytes) fachada da Hospedaria do Imigrante
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        (42710 bytes) refeitório da Hospedaria do Imigrante
Em junho de 1887 começou a funcionar a Hospedaria do Imigrante, com capacidade para 1200 pessoas. Houve casos em que se registrou a presença de 6 mil pessoas alojadas. Em 91 anos de atividade, o local acomodou quase três milhões de pessoas. Hoje, o complexo abriga o Museu da Imigração.
Na nova Hospedaria, os imigrantes eram informados sobre o regulamento interno - impresso em seis idiomas -, recebiam refeições diárias e tinham acesso aos dormitórios, com divisões para famílias e solteiros.
Apesar da melhoria na chegada, era preciso ainda aprimorar o tratamento no trabalho. No início, os imigrantes eram tratados como escravos, alguns chegaram a dormir nas senzalas. Isso porque os fazendeiros demoraram algum tempo a se acostumar com o novo sistema de trabalho.
No estado de São Paulo a situação era melhor do que na maior parte do País. Com o que ganhavam nas colheitas, alguns imigrantes puderam juntar dinheiro para adquirir terras e até mesmo para se mudar para a capital. E foram o dinheiro e o espírito empreendedor de alguns desses imigrantes italianos que ajudaram a cidade de São Paulo a se desenvolver industrialmente.
Em 1900 imigrantes começaram a montar fábricas na capital, quase sempre no bairro do Brás, que por décadas foi um reduto italiano. Os Matarazzo e os Crespi foram os primeiros grandes industriais de São Paulo. Eles constituíram o grupo dos "condes italianos", título que mantiveram por décadas.
O Brás abrigou ainda a fábrica dos Scarpas, de Paschoal Bianco, além da loja ao Preço Fixo de Pontremolli, precursora das Lojas Americanas. A construção civil também teve expoentes italianos: Giuseppe Martinelli, que construiu seu edifício e Crestana, dono de grandes empreendimentos.
Já em 1900, 35 indústrias paulistas pertenciam a italianos. Em 1901, o Estado tinha cerca de 50 mil industriários, sendo que menos de 10% deles eram brasileiros, pois a maioria era de italianos.
Curiosidades:
- De 1870 a 1920, o Brasil recebeu cerca de 1,5 milhão de imigrantes italianos. Só para o Estado de São Paulo vieram 965 mil, ou seja, quase 70% do total.
- De acordo com dados da biblioteca do Memorial do Imigrante, de 1880 a 1889 o Estado de São Paulo recebeu 144.654 italianos. Só em 1888 vieram para o Estado 91.826 imigrantes, destes, 80.749 italianos.
- Em 1889 já se falava em excesso de imigrantes no País.
- Em 1890, a cidade de São Paulo registrou a chegada de aproximadamente 64 mil imigrantes da Itália.
- Durante a Segunda guerra (1939 a 1945) o governo italiano suspendeu a imigração subsidiada.
- No início do século, circulavam em São Paulo quatro jornais em italiano.
- Acredita-se que houve um tempo em que o idioma mais falado em São Paulo era o italiano.
- Estima-se que ainda hoje São Paulo possua a terceira maior colônia italiana, depois de Nova York e Buenos Aires.
- Dados de 2000 da Embaixada da Itália apontam a presença de 25 milhões italianos e descendentes no Brasil.
- O Estado de São Paulo abriga hoje 6 milhões italianos e descendentes, segundo estimativa do Consulado Italiano.

(trabalho elaborado por Carolina Martinelli Massaro)
Curiosidades:
- De 1870 a 1920, o Brasil recebeu cerca de 1,5 milhão de imigrantes italianos. Só para o Estado de São Paulo vieram 965 mil, ou seja, quase 70% do total.
- De acordo com dados da biblioteca do Memorial do Imigrante, de 1880 a 1889 o Estado de São Paulo recebeu 144.654 italianos. Só em 1888 vieram para o Estado 91.826 imigrantes, destes, 80.749 italianos.
- Em 1889 já se falava em excesso de imigrantes no País.
- Em 1890, a cidade de São Paulo registrou a chegada de aproximadamente 64 mil imigrantes da Itália.
- Durante a Segunda guerra (1939 a 1945) o governo italiano suspendeu a imigração subsidiada.
- No início do século, circulavam em São Paulo quatro jornais em italiano.
- Acredita-se que houve um tempo em que o idioma mais falado em São Paulo era o italiano.
- Estima-se que ainda hoje São Paulo possua a terceira maior colônia italiana, depois de Nova York e Buenos Aires.
- Dados de 2000 da Embaixada da Itália apontam a presença de 25 milhões italianos e descendentes no Brasil.
- O Estado de São Paulo abriga hoje 6 milhões italianos e descendentes, segundo estimativa do Consulado Italiano.

(trabalho elaborado por Carolina Martinelli Massaro)

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