quinta-feira, 28 de março de 2019

HISTÓRIA PREFEITO JOSÉ PERAZOLO 1988

ÚLTIMO COMÍCIO CAMPANHA DE 1988.
ENTRE VILA OLIVEIRA E JD. NOVO HORIZONTE
MINEIRO CARREGANDO PERAZOLO NOS OMBROS.
MAIS DE 100 QUILOS
PENSA NUM CARA FORTE ( O MINEIRO )
NO FINAL DO COMÍCIO CAIU UMA CHUVA FINA.
E CADÊ DO POVO IR EMBORA?
FICARAM JUNTOS POR MAIS DE UMA HORA.
EU E A SONIA PERAZOLO CHEGAMOS A CANTAR JUNTOS A MÚSICA "ESTÁ CHEGANDO A HORA DE IR..." DO ROBERTO CARLOS...
QUASE ESTRAGAMOS TUDO.. TAMANHA A DESAFINAÇÃO..
O COORDENADOS FALOU: - "PAREM.. SE CONTINUAREM O POVO VAI FUGIR.. SAIR CORRENDO"...
AÍO DEIXAMOS O ABEL CANTAR SOZINHO.
DEPOIS CANTAMOS DE MÃOS DADAS O HINO "PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES.. CAMINHANDO E CANTANDO..."
MAS TUDO DEU CERTO...
FOI UMA LINDA VITÓRIA.
NESTA EM VENCI TBM COMO VEREADOR.

JOSÉ CARLOS FARINA

FOTO HISTÓRICA DO PREFEITO JOSÉ PERAZOLO ROLÂNDIA

domingo, 17 de março de 2019

domingo, 10 de março de 2019

MEMÓRIA DE ROLÂNDIA ANTIGA ( CRÔNICA )

DA SÉRIE LEMBRANÇAS 
Tínhamos uma livraria em Rolândia. Com grande economia e esforço, meu pai construiu um novo prédio na esquina das ruas Monteiro Lobato e Santos Dumont. O desenho do edifício é de minha autoria. Tenho ainda a planta original. Sugeria uma caixa dentro de outra sustentadas por um pilar em forma de pirâmide invertida. Hoje alterado, o espaço abriga hoje uma funerária. O destino é mesmo muito doido, onde residiu a imaginação e a criatividade de centenas de escritores e o inicio de vida acadêmica de milhares de rolandenses fervilhava. Hoje estoca as caixas onde se guarda o final de todos os sonhos e o encerramento das histórias daqueles que ali compraram seus primeiros cadernos, lápis e livros. A humanidade e a honestidade de meu pai, “seu” MARTINS, que se chamava ANTONIO, fazia as compras de cadernos, e todos os materiais escolares em setembro ou outubro, e mantinha os preços para o inicio das aulas. Eu dizia a ele que os preços em Londrina eram muito maiores, e ele, além de vender fiado não alterava os valores porque muitos não teriam como estudar. Não quebrou porque certamente os anjos e os santos o protegiam junto de dona Maria, companheira inseparável, parceira de todas as lutas. Alguns professores eram assíduos frequentadores de nossa livraria. Entre eles o professor de português, Demétrio Nairnyak, que aproveitava as “janelas” entre aulas e ficava batendo papo e comentando a vida. Meu pai foi juiz de paz, celebrou muitos casamentos. O casal Martins, foi padrinho de algumas dezenas de crianças. Portanto era compadre de japoneses, brancos e negros sem distinção. O meus pais e minha irmã eram assíduos frequentadores do cinema.. Como juiz, tinha lugar cativo. Mesmo quando terminou seu tempo como juiz, seus lugares permaneceram intocados, todos respeitavam. Cinema lotado, os três lugares permaneciam vazios esperando seus usuários. Não sei como meu pai ficou sabendo que uma farmácia estava mudando o visual, ou fechando. Comprou todos os móveis, Incrível, as vitrines e os balcões, pareciam ter sido feitos sob medida para o espaço da livraria. Assim livros, cadernos, tudo bem organizado e longe da poeira da terra vermelha. Essa livraria me deu a chance de ler quase toda literatura brasileira, de Monteiro Lobato a Joaquim Manoel de Macedo sem esquecer José de Alencar do Guarani às Minas de Prata e até poesia do tal de JG de Araujo Jorge. Li os livros de M. Delli e Edgar Rice Burrougs, Vargas Vila, Honoré de Balzac, e admirava a amiga Márcia Constantino que se não me engano estava um patamar acima lendo Dostoievski. Eu me contentava com Érico Veríssimo, ou Eça de Queiroz. Li toda coleção de Francisco Marins- série Taquara Poca – e a coleção Vaga-lume. Nem pensem perguntar o resumo de alguns de seus livros, ou de outros autores, lia tudo em velocidade para poder vender. Considerava a população de Rolandia mais culta que a de Londrina, vendíamos proporcionalmente muito mais livros que as livrarias de Londrina, com as quais tinha contato. Voltando às vitrines da farmácia que se encaixaram na livraria. Meu pai gostava de ficar de pé na porta que ficava na Rua Monteiro Lobato. Certa feita aparece um senhor, mancando, levanta a calca deixando aparecer uma enorme ferida e pede para meu pai se ele tinha algum remédio para aquele machucado. Meu pai nem olhou direito e falou, não temos nada. “PQP, o senhor nem olha e diz que não tem remédio”. Não tem porque não é farmácia. Como que não é farmácia, tem balcão de farmácia, vitrine de farmácia e não é farmácia? Estou dizendo, aqui é livraria e não farmácia. O senhor não está querendo vender pra mim, vou reclamar com o prefeito... e Foi embora resmungando. A livraria era o ponto de encontro, local onde se organizava o ensaio da fanfarra, das brincadeiras dançantes ou dos programas de final de semana. As noites de quinta feira e sábados, quando não ocorriam bailes, as rodadas de baralho, regadas a rum e cuba libre, preenchiam nosso tempo. éramos oito duas mesas na cozinha do térreo. A varanda, um puxado de madeira que sobrou da velha casa de madeira era o laboratório onde eu e o amigo URBANO RODRIGUES, montávamos os foguetes que soltávamos no pátio do hoje Colégio Souza Naves. Alguns subiam, outros explodiam no solo mesmo.
TARCISIO MARTINS