quinta-feira, 30 de junho de 2011

ELIFAS ANDREATO VOLTA À ROLÂNDIA - By FARINA

ELIFAS ANDREATO  EM  ROLÂNDIA
 


Elifas participou do final dos festejos do aniversário de Rolândia e aproveitou para lançar o seu livro “Portfólio Brasil” e a exposição “Cores da resistência”. Na ocasião houve uma apresentação do grupo Chorus, premiado internacionalmente. 
“Essa é uma noite linda, uma noite de festa e eu fico muito feliz em poder compartilhar esse momento com minha família e com meus amigos de Rolândia. As homenagens prestadas nos últimos dois anos têm me emocionado demais, vocês querem que eu sofra do coração”, declarou o artista, que realizou uma concorrida noite de autógrafos.
O grupo Chorus executou músicas brasileiras e internacionais, tais como bossa-nova, samba, gafieira, chorinho e clássicos dos grandes filmes. No final o grupo prestou homenagem a Elifas com um arranjo especial de vozes da canção “Herdeiros do futuro”, cuja letra é do artista e a melodia do cantor e compositor nacional Toquinho. 29/06/2011 - TEXTO DE JOSÉ CARLOS FARINA - FOTO DA ASS. DE IMPRENSA DA PREFEITURA.

terça-feira, 28 de junho de 2011

JESUS NÃO É RELIGIÃO - By FARINA

QUEM É JESUS?

Jesus não deixou uma religião. Quando Ele veio ao mundo já havia uma religião (a do Fariseus) que acabou mandando prendê-Lo e crucificá-Lo. Jesus deixou apenas a Sua Igreja. Mas não é uma Igreja com placas. É a Igreja de "onde tiver dois ou mais reunidos em Meu nome". E o que Jesus quer de nós? Apenas que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. Pediu que perdoássemos os nossos inimigos e orássemos por eles. Pediu o nosso louvor e adoração. Todos os dias pela manhã e ao anoitecer todas as aves do céu louvam a Deus com os seus cantos O mundo precisa mais do que nunca destes ensinamentos. JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

HISTÓRIA DO TREM ( TRENS ) NO NORTE DO PARANÁ - BRASIL

Viajando de trem pelo Norte do Paraná 

By http://londrinahistorica.blogspot.com/ ( JONAS LIASCH )

Os primeiros habitantes de Londrina não tinham muitas opções de transporte para poder viajar, e a principal delas era, sem dúvida, o trem.
A Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná - SPP, de propriedade da Companhia de Terras Norte do Paraná, chegou a Londrina em julho de 1935, e operou até 1944, quando foi vendida ao Governo Federal, sendo incorporada à RVPSC - Rede Viação Paraná - Santa Catarina.
A foto acima, tirada por Francisco de Almeida Lopes, é da primeira estação ferroviária de Londrina, que ficou operacional entre 1935 e 1946.

Os trens de passageiros operaram em Londrina de 1935 a 1981, quando foram totalmente suprimidos.
(Carro de passageiros da SPP - Francisco de Almeida Lopes)

Os trens de passageiros da SPP eram tracionados por locomotivas a vapor, alimentadas a lenha, combustível bastante abundante na região naquela época. Eram compostos geralmente por uma locomotiva e seu tender, um carro de bagagem, três a quatro carros de passageiros e um vagão gaiola, de transporte de animais, (foto abaixo, de Francisco de Almeida Lopes).
A velocidade do trem era baixa, média de 40 Km/h, e as paradas eram muitas. Em média, havia uma estação a cada 15 Km de linha entre Londrina e Ourinhos, estação onde os passageiros deveriam fazer baldeação para os trens da Cia. Sorocabana, caso desejassem prosseguir viagem além. Somente entre Londrina e Cornélio Procópio, por exemplo, existiam nada menos que sete estações: Ibiporã, Jataí, Frei Timóteo, Serra Morena, Pirianito (atual Uraí), Congonhas e Catupiri.
(Estação de Jataí, por Francisco de Almeida Lopes)

Em todas as estações, acumulavam-se pilhas e pilhas de lenha, para abastecer os tenders. Enquanto os empregados da SPP colocavam água e lenha nos tenders, os passageiros desciam para fazer uma refeição rápida, esticar as pernas e, eventualmente, tirar fotografias.
(Estação de Santa Mariana, por Francisco de Almeida Lopes)

Em relação aos ônibus, os passageiros do trem eram poupados do suplício da poeira vermelha, fina e penetrante, mas, em compensação, estavam sujeitos à fumaça e às fagulhas lançadas pela locomotiva. 
(Estação de Cornélio Procópio - Francisco de Almeida Lopes)

A queima de lenha, ao contrário da queima do carvão, produz grande quantidade de fagulhas. Por isso, os passageiros costumavam viajar com roupas velhas, pois as fagulhas abriam buracos de queimadura nas mesmas. Ao longo da linha, a SPP mantinha equipes de trabalhadores encarregadas de apagar o fogo que as fagulhas ateavam ao mato cada vez que um trem passava.
(Estação de Congonhas - Francisco de Almeida Lopes)

A lenha era um combustível de baixo rendimento e, consequentemente, as locomotivas precisavam de mais lenha praticamente a cada parada.
(Estação de Bandeirantes - Francisco de Almeida Lopes)

O serviço prestado pela SPP era razoável, com uma organização típica dos ingleses, e os trens, ainda que lentos, costumavam ser pontuais. O mesmo não se pode dizer dos serviços da RVPSC. A qualidade do serviço caiu muito, os trens andavam sempre lotados e cada viagem era uma verdadeira epopéia.

A RVPSC foi incorporada a RFFSA em 1957, que promoveu, pouco tempo depois a dieselização da ferrovia, substituindo as velhas locomotivas a vapor, apelidadas de "Maria-Fumaça", por novas locomotivas diesel-elétricas GM EMD G-12, o que eliminou o incômodo das fagulhas e da fumaça, além de terem grande autonomia e não precisarem de reabastecimento frequente.
(Trem de passageiros saindo de Ourinhos para Maringá - Francisco de Almeida Lopes)

Aos poucos, os carros de madeira foram sendo substituídos por carros de aço, mais seguros, e as novas locomotivas passaram a tracionar trens mais longos e com maior velocidade, podendo manter uma média de 60 Km/h entre as estações.
(Estação de Ourinhos, nos anos 50 - Francisco de Almeida Lopes)

Com o asfaltamento das rodovias, no início dos anos 50, os ônibus começaram a ganhar vantagem em relação aos trens, que foram sendo deixados de lado e relegados à população de renda mais baixa, devido ao baixo preço das passagens, aproximadamente metade do preço para um lugar nos carros de segunda classe.
(Locomotivas G-12 e Maria Fumaça, no tempo da dieselização - Francisco de Almeida Lopes)

Nos anos 70, a FEPASA - Ferrovias Paulistas S/A, sucessora da Cia. Sorocabana, permitiu que seus carros Budd, de aço inoxidável, circulassem no Norte do Paraná, de Ourinhos a Maringá, o que evitava a incômoda baldeação em Ourinhos. Os trens que circulavam no Paraná eram tracionados, então, por locomotivas GM EMD G-22U, em duplas, e quando chegavam a Ourinhos, eram incorporadas a um outro trem, que vinha de Presidente Prudente, e daí seguiam para a Estação Júlio Prestes, em São Paulo, com tração elétrica.
(Trem da RFFSA com carros Budd, em Maringá, de partida para São Paulo - Blog Maringá Histórica)

Um detalhe interessante é que as passagens a partir de Ourinhos tornavam-se sensivelmente mais caras, diminuindo a grande vantagem que o trem tinha sobre os ônibus, que, ainda por cima, eram bem mais rápidos.
(Estação de Nova Dantzig, atual Cambé - Francisco de Almeida Lopes)

Ainda que os trens fossem lentos e os carros Budd fossem um tanto antigos, (foram comprados em 1952) o trem era razoavelmente confortável, muito espaçoso, e dispunha de carro-restaurante, que fornecia refeições prontas e de boa qualidade, a um preço bem acessível. Empregados da ferrovia também vendiam doces, salgados e bebidas a bordo do trem.
(Estação de Londrina nos anos 50 - Francisco de Almeida Lopes)

A pontualidade era uma característica dos trens nessa época, e os horários eram cumpridos rigorosamente. Os maquinistas eram selecionados entre os melhores, e esmeravam-se em parar e arrancar tão suavamente que alguns passageiros mal percebiam.
(Trem passando sobre a ponte do Rio Tibagi, na década de 30 - José Juliani)

A paisagem da região Norte do Paraná, especialmente no trecho entre Cornélio Procópio e Londrina, era bastante atraente para os passageiros dos trens, que serpenteavam entre as montanhas da Serra Morena, e a travessia do Rio Tibagi, a ponte mais longa do percurso, era um atrativo á parte.
(Ponte sobre o Rio Tibagi - Francisco de Almeida Lopes)

Por volta de 1978, um trem de passageiros típico que circulava na região tinha duas locomotivas G-22U, de 1600 HP cada uma, um carro-bagageiro, quatro carros de segunda classe, um carro-restaurante e dois carros de primeira classe, na cauda do trem.
(Estação de Rolândia nos anos 40 - Francisco de Almeida Lopes)

Em alguns casos, os carros-bagageiros e restaurantes eram supridos pela RFFSA, de Ourinhos a Maringá, enquanto os carros equivalentes da FEPASA seguiam para Presidente Prudente, ou ficavam em Ourinhos, para serem usados em outros trens.
(Estação de Rolândia nos anos 40 - Francisco de Almeida Lopes)

Infelizmente, nem com o baixo preço das passagens, os trens não puderam concorrer com os ônibus, cada vez melhores, mais rápidos e com mais opções de horário, e a RFFSA acabou suprimindo os trens de passageiros, cuja última viagem ocorreu em 10 de março de 1981.
(Trem da SPP atravessando a ponte sobre o Rio Paranapanema, entrando no Estado do Paraná - Francisco de Almeida Lopes).


comentários:


JONAS LIASCH disse...
Olá, Farina, obrigado por prestigiar e republicar o meu artigo. Admiro o teu trabalho e teus blogs, que frequento sempre. Um grande abraço. RESPOSTA: Fico lisongeado com o seu elogio. Este teu "documentário" sobre os trens do norte do Paraná é o mais completo e lindo. Parabés mestre. Farina

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FOTO HISTÓRICA DO NACIONAL DE ROLÂNDIA - ANOS 70

CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIÁ-LA

VENDAS ANTIGAS DE ROLÂNDIA - PR. 2

ESTA É A ÚLTIMA QUE SOBROU NO CENTRO

Esta construção de madeira (Rua Estilac Leal), com portas largas de duas faces, foi usada no  passado como uma das antigas vendas, ou Armazem de secos e molhados.  Até os anos 70 encontrava-se muito destas vendas em todo o norte do paraná. Em frente as mesmas muitos lavradores e  agricultores amarravam os seus cavalso e carroças. Era uma cena bonita  de faroeste. Texto e foto de JOSÉ CARLOS FARIN. (clique na foto p/ampliar)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

BAR DA " PEDRA " EM ROLÂNDIA

BAR DOS CORRETORES E POLÍTICOS


Este bar foi fechado e desmanchado no começo do ano. Era o Bar Cinelandia. Este nome foi dado em razão de estar localizado entre dos antigos e extintos cinemas (Cine Rolândia e Cine Bandeirantes). A fama de ser o Bar da "pedra" começou nos anos 50. "Pedra" era o nome que se dá ao lugar cental de uma cidade onde se reunem os corretores de imóveis, os corretores de carros e políticos em geral. É onde se toma um cafezinho falando de negócios ou sobre política. O último dono do Bar da "pedra"  foi o Zé Urbano (Espanhol). Ali funcionava também um banca de apostas do Bello. Principalmente aos sábados o lugar era super frequentado. Todos os políticos da região e tambem do sul do Estado passaram por ali. Este lugar foi palco de muitas brigas também e até de um assassinato. As mulheres não ficaram triste com o seu fechamento pois reclamavam sempre que havia ali en frente alguns homens atrevidos. Eu era um dos seus fregueses desde os anos 80 quando o proprietário era o Kaoro Naito. (mas não sou atrevido não..- risos). Com o seu fechamento acredito que a "pedra" tenha ido lá para o Bar Mickey do "Quimico". Quem quiser conhecê-lo ou revê-lo assista o vídeo no Youtube "CAFÉS DE ROLÂNDIA FARINA".  (10/06/2011) TEXTO e FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA

sexta-feira, 3 de junho de 2011

VÍDEO 3 ENTREVISTA SUZANNE BEHREND - PIONEIRA JUDIA

 VÍDEO 3  ENTREVISTA SUZANNE  BEHREND -  PIONEIRA JUDIA

TREM SALVA JUDEUS EM ROLÂNDIA DO EXTERMÍNIO

CERCA DE 80 FAMILIA SÃO SALVAS DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO

Uma ferrovia no norte do Paraná salvou do extermínio nazista 80 famílias de judeus alemães. Quantas pessoas sabem disso? Duas teses acadêmicas haviam sido publicadas sobre o assunto. Mas essa história grandiosa, épica, repleta de aventura, permanecia pouco divulgada. Foi o que chamou a atenção, sete anos atrás, do escritor e jornalista Lucius de Mello. Ele percebeu que a saga da Ferrovia São Paulo-Paraná merecia um caprichado tratamento jornalístico ou até mesmo serviria de enredo para um romance. Acabou juntando as duas vertentes. Assim, pesquisou durante quatro anos para escrever o romance A Travessia da Terra Vermelha - Uma Saga dos Refugiados Judeus no Brasil, publicado pela Editora Novo Século. "Guardadas as proporções, é uma espécie de Lista de Schindler", compara Lucius, autor da biografia Eny e o Grande Bordel, do romance Mestiços da Casa Velha Na década de 1930, ao mesmo tempo em que o nazismo se fortalecia na Alemanha, os ingleses investiam no então ainda despovoado norte do Paraná. Estavam impressionados com a fertilidade da "terra roxa" da região. Dessa aproximação, surgiram a cidade de Londrina, a Ferrovia São Paulo-Paraná e, também, o acordo para trazer os refugiados judeus ao Brasil.

"Foi uma operação triangular", conta Lucius. "A partir de 1933, com a interferência de Johannes Schauf, um deputado alemão não-judeu, os judeus compravam peças de uma indústria alemã para a ferrovia, faziam com que chegassem aos ingleses e, em troca, recebiam títulos de terras em ROLÂNDIA, onde vieram morar."

ROLÂNDIA, a 10 km de Londrina, nem constava do mapa. Tampouco dispunha de luz elétrica. Ainda hoje, não vai além dos 46 mil moradores. Na década de 1930, o lugarejo recebeu judeus de formação urbana, vindos de Berlim, de uma hora para outra transformados em fazendeiros. É desses ricos personagens que trata o romance. "Eram profissionais liberais, um ex-ministro da República de Weimar, uma grande soprano, uma física de renome, entre muitos outros de nível cultural semelhante", lembra o escritor. "De uma hora para outra, naquele fim de mundo, havia, enfim, uma comunidade intelectual comparável à da capital paulista."

A adaptação desses personagens de extração urbana ao cotidiano rural criou situações insólitas. A soprano, por exemplo, batizou uma vaca com o nome Berenice, em homenagem à tragédia escrita por Jean Racine. Durante a ordenha, cantava uma ária de Madame Butterfly, de Puccini, por acreditar que a música auxiliava na produção do leite. Outro fato que demonstra a atenção dada à vida cultural pelos fazendeiros neófitos, já então afeitos à arte produzida no Brasil, foi a chegada a Rolândia de quatro quadros de Cândido Portinari, amigo de uma das famílias.

Para poder se aprofundar nos personagens, Lucius optou por nomes fictícios, embora as histórias sejam absolutamente reais. Durante a feitura do livro, o escritor pôde entrevistar quatro dos imigrantes originais, que viriam a morrer nesse meio tempo. Ao longo dessas conversas, eles se lembraram de fatos marcantes, como o movimento nazista no norte do Paraná, que, embora assustador, não chegou a causar danos físicos aos judeus de Rolândia. "Publiquei no livro fotos inéditas desses encontros", conta Lucius. Os descendentes dos refugiados não ficaram em Rolândia. Alguns estão na Alemanha, onde o escritor foi ouvi-los. Os demais espalharam-se pelo Brasil. Em Rolândia, sobraram apenas as fazendas, além de uma grande história de resistência e esperança, recontada com uma emocionante visão humanista. (FONTE: AMIGOS DE TREM)