quarta-feira, 23 de maio de 2012

ROLÂNDIA - AQUI TEM HISTÓRIA


ANTIGO BANCO DA LAVOURA DE MINAS GERAIS
EM FRENTE A PRAÇA CASTELO BRANCO
ATUAL ELETRO-PAULA
FOTO By  JOSÉ CARLOS FARINA

terça-feira, 22 de maio de 2012

WILLIE DAVIDS E O NORTE DO PARANÁ


FOLHAWEB

Recém-aberta, a ''estrada de autos'' desviava-se de antigos caminhos, só aproveitando os últimos seis quilômetros do ''Velho Picadão Três Bocas'' até o Patrimônio, na bacia esquerda do ribeirão. Os cinco quilômetros remanescentes situam-se entre a Universidade Tecnológica Federal, em Londrina, e um conjunto habitacional próximo à BR-369 em Ibiporã. 


''Lembro-me daquele longínquo dia de maio de 1932'', começou a escrever Vladimir Revenski em 1959. O narrador é russo e menciona dois escoceses já no primeiro parágrafo. ''Quando após ter pernoitado em Jatahy, na casa do sr. Maxwell em companhia do corajoso Ian Fraser, dirigimo-nos Dr. Willie e eu, num pé de bode de cor marrom, guiado pelo chauffeur João Rochinski, à balsa sobre o Rio Tibagi''. 

Às 10 horas ''aproximadamente'' o Ford entrou na estrada. ''Tinha chovido à noite e ameaçava continuar. Isto não demorou. Até o acampamento do Miguel Bender e da sua turma de construção da aludida estrada, conseguimos chegar relativamente bem e paramos ali para tomar um cafezinho. Sem, infelizmente, aceitar o almoço que nos era oferecido.'' 

''Dali para diante (...) as dificuldades começaram. A chuva não desmerecia (desvanecia) e a estrada, recém-construída, bordada de mata virgem, era escorregadia, formando nas baixadas verdadeiros lagos que tínhamos de atravessar a grande custo. Muitas vezes Dr. Willie e eu descíamos do carro para o empurrar e tomávamos verdadeiros banhos de cima, o de chuva, com água limpa; de baixo, das rodas do carro, de água barrenta, vermelha, que os pneus derrapando nos borrifavam em profusão. (...)'' 

''Enfim, lá pelas oito horas da noite conseguimos, sujos, cansados e famintos, chegar ao hotel da Companhia de Terras Norte do Paraná, bem na divisa do princípio dos seus terrenos.'' 

Revenski viera para o Brasil em 1929, ingressou na Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná em 1930 e a seguir na Companhia de Terras, ''recebendo os materiais para a construção da sede, das casas do Dr. Willie, do médico, do escritório, enfim erguendo a futura Londrina'', palavras suas no legado histórico.
Widson Schwartz 

Paulista de Campinas, tinha fama de british

Outra efeméride neste 22 de maio envolve Willie Davids: os 60 anos da inauguração do busto, na praça, em 1952. Presentes a esposa, Carloto Peixoto Davids, filhos, parentes e amigos de Willie; às 11 horas, o presidente da Associação Comercial, David Dequêch, convidou o prefeito Milton Ribeiro Menezes ''a descerrar a bandeira que cobria o busto do saudoso bandeirante''. 

Conforme as reportagens da FOLHA (22 e 24/5/52), a iniciativa se deveu à ''velha guarda'' (pioneiros), representada em comissão organizadora integrada por Arthur Thomas, Celso Garcia Cid, Raymundo Durães, Luiz Estrella e David Dequêch. A banda executou uma ''marcha batida'' e o advogado Ruy Ferraz de Carvalho, ao longo do discurso, ressaltou que a imagem de bronze ''plantada no coração da cidade'', ali ficaria ''perpetuando a memória de Willie e constituindo, por certo, para os cidadãos londrinenses, um exemplo e uma inspiração''. 

Willie Brabazon da Fonseca Davids, engenheiro eletricista formado na Inglaterra, acumulou credenciais da Light em São Paulo e Companhia City de Santos; a seguir no Paraná, entre 1914 e 1925, prefeito de Jacarezinho e deputado estadual. Fazendeiro no Norte Velho desde 1911 e um dos incorporadores da ferrovia Ourinhos-Cambará, integrou as primeiras expedições ao Norte Novo por interesse do grupo de lorde Lovat. 

A partir de 1932, Willie administra a abertura de estradas e a implantação da infraestrutura urbana, apressando a transição de Patrimônio para Cidade, em dois anos sede do município que o elegeria prefeito. Exerce o cargo entre entre 2 de dezembro de 1935 e 30 de maio de 1940 (nomeado a partir de 1937). 

sábado, 5 de maio de 2012

O CARISMA DE JOSÉ PERAZOLO


O MAIS CARISMÁTICO
Indiscutivelmente Perazolo foi o político mais carismático de Rolândia, de todos os tempos. Fui companheiro de Perazolo por mais de 25 anos (nunca mudei de grupo) e posso falar que ele era amado por crianças, jovens, mulheres, homens e idosos. Ele sabia cativar a todos. Ele era muito espontâneo  ao abraçar, ao cumprimentar, ao conversar... Sempre tinha uma palavra e um carinho para todos. Ao abraçar ele sempre apertava o rosto da pessoa contra o dele e falava: - "Me ajuda meu irmão. A classe trabalhadora não pode ficar sem um líder. Nem que for um cima de um caixote eu jamais deixarei de defender a nossa classe. O voto não se compra, se conquista. Minha mãe branca,. minha mãe preta, fiquei órfão quando era muito jovem, e fiquei responsável por seis irmãos, todos pequenos e sei o quanto é triste uma criança pedir um doce e a gente não ter o dinheiro para comprar. Se nós formos vencedores vocês não terão na prefeitura um prefeito, mas um irmão" - afirmava. Ele sempre tinha uma palavra para o pobre, para o rico, para o jovem, para as mulheres, para os idosos, para as pessoas da cidade e para as pessoas da roça. Ele sabia entrar e sair de qualquer ambiente. Lembro-me que na campanha vitoriosa de 1988, após o último comício fomos comer um lanche na Holandesa. Chegando lá o ambiente não nos era favorável. 80% das pessoas que ali estavam eram do grupo rival. Eu, e outros candidatos à vereador nos sentamos e cumprimentamos apenas os conhecidos. Já Perazolo passou de mesa em mesa e na maior cara de pau, pediu votos pra todos. Só ele mesmo!....Ganhou aquela eleição sem gastar quase nada. Já os adversários mesmo contratando Ronnie Von, Sidney Magal e Trio los Angeles....perderam é claro. JOSÉ CARLOS FARINA

AMADEU PUCINNE E O CHURRASCO DO PRB


AMADEU PUCCINE

Há muito tempo entrevistei o saudoso Amadeu Puccine em meu escritório. Entre outras historias ele contou uma sobre um capitão de polícia que obrigava todo mundo a se filiar e trabalhar para o PRB. Ele era filiado ao PTB e não aceitava imposição de ninguém. Uma vez o pessoal do PRB fez um churrasco lá pelos lados de Sao Rafael e o convidou. Ele aceitou. O levaram de camionete. Estavam ele e outros convidados em cima da carroceria. Chegando ao local Amadeu viu o tal capitão agredindo pessoal (torturando) para que assinassem a ficha daquele partido. Ai, o nosso político botinudo (como era conhecido) fugiu e veio a pé embora, sem provar do churrasco do PRB. Tinha (e tenho) admiração por Amadeu Puccine. Grande alma. Grande cidadão. Grande político. Político honesto. Serviu e serve de exemplo até hoje. JOSÉ CARLOS FARINA

sexta-feira, 4 de maio de 2012

ROLÂNDIA - VENDAS DE SECOS E MOLHADOS




SECOS e  MOLHADOS

Da época da fundação de Rolândia até o final dos  anos 70 não havia supermercados, mas apenas vendas ou empórios. As vendas ou empórios (secos e molhados) eram pequenos  supermercados que vendiam arroz, feijão, batata,  tomates, cebola, alho, sardinha salgada, etc. por quilo. Tinha armários  cheios destes alimentos. O dono da venda pegava uma espécie de concha de lata e enchia sacos de papel de acordo com a quantidade. O óleo era as vezes vendido por litro ( o cliente trazia o litro de casa).  A pessoa levava um litro que era enchido na hora. Tinha também o óleo envazado em latas quadradas de um litro. Mercadorias do tipo iogurte, sorvete, patê, presunto, mussarela, frutas frescas era difícil de encontrar. Por ex. maçã, vc se encontrava em quitandas especializadas, pois as mesmas eram importadas da argentina e custavam uma fortuna. A maioria das famílias só compravam maçã pra dar pra pessoa doente. Verduras e legumes eram comprados nas feiras livres, mas a maioria das famílias cultivavam  hortas caseiras. Minha mãe sempre teve a sua (até hoje né dona Sebastiana?) Sempre tivemos fartura de verduras. Muitas vezes eu e meus irmãos saíamos vendendo  na vizinhança levando-as em cestos. Com o  dinheiro das vendas comprávamos sorvetes ou outras guloseimas.  Estas vendas ou empórios vendiam também sardinha ou manjubinhas salgadas, bombinhas de são João, paçoquinha, bolinhas de vidro, querosene em latas de 5 litros. Bolachas ou biscoitos só tinha de um tipo (biscoito Maria).  Macarrão era difícil encontrar mais que uma marca. Algumas vendas ficaram famosas porque vendiam também picolés de grozelha. A molecada fazia a festa. A maioria dos clientes levavam cadernetas e marcavam as compras "fiado", ou seja para pagar no final do mês. As vendas que eu me lembro era a do Português, o verdão que depois virou mini-mercado, a Primavera. Minha mãe mandava eu comprar numa venda que ficava na esquina da prefeitura, onde hoje é o escritório do meu irmão Paulo.  Coca-cola e guaraná a maioria das famílias só consumiam em dias especiais como Natal, Ano Novo e Páscoa. Em ocasiões de festas o refrigerante servido era sempre o guaraná da Antártica. Algumas vezes tomávamos também Crush e Grapete.  Havia muita fartura de produtos colhidos aqui na região, ex. laranja, verdura, legumes, arroz, feijão.  Hoje, graças a Deus quase todas as  famílias podem consumir toda semana coca-cola, guaraná, sorvetes, frutas diversas, queijos, carne, etc. O único problema sério hoje (e põe sério) é o aumento dos assaltos e assassinatos. JOSÉ CARLOS FARINA