terça-feira, 18 de junho de 2019

O MAIOR COLECIONADOR DE CARROS PARANÁ NA RECORD 6ª PARTE

JOSÉ CONSTANTINO TORRES ROLÂNDIA - PR.

Tania; Leila; Paulo e Maria Helena com os pais. 
O Pai José Constantino Torres foi funcionário da prefeitura até a sua aposentadoria.


segunda-feira, 17 de junho de 2019

A FAMÍLIA FARINA E OS PRIMEIROS ANOS EM ROLÂNDIA


A vida dos pioneiros em Rolândia (e  em todo o norte do paraná)   foi muito dura. A dos pioneiros italianos um pouco mais difícil. É que eles em sua grande maioria não tinham dinheiro. Sofreram muito e para conseguir alguma coisa tiveram que economizar muito.
Foi muito duro o trabalho da derrubada da mata e o preparo do solo para as primeiras lavouras.
Nos primeiros anos valeu muito a  solidariedade e ajuda mútua dos vizinhos.
Meu avô e meu pai falavam sempre da ajuda da família Cavalaro e Fávero.
Meu avô foi pioneiro aqui na Gleba Ciclone, próximo da  Represa do Ingazinho, e quando ele, meus pais e tios não tinham serviço  no sítio, eram contratados para ajudar os Cavalaro e Fávero. Era um dinheirinho extra que vinha sempre em boa hora e que ajudou muito na aquisição de gêneros alimentícios, roupas, calçados e implementos agrícolas que necessitavam.
Em muitas ocasiões os Fávero e Cavalaros ajudaram também o meu avô em mutirões de colheitas de arroz e outros serviços.
Meu avô. Giuseppe Farina sempre ia até os vizinhos tomar uma "branquinha" que nunca faltou nos primeiros anos de colonização.
A vida era muito dura. Havia pouco dinheiro. Eram poucas festas. Pouca diversão.  Pouco ou quase nenhum conforto. Móveis rústicos. Casa simples de madeira, sem forro. Iluminação movida a lamparinas. Banhos de bacia.
Os alimentos eram quase todos produzidos no próprio sítio, tais como: arroz, feijão, verdura, frutas, porcos, ovos e frangos.  Nunca faltou a polenta com frango e o macarrão feito em casa pela nona.
A diversão eram os bailes com barraca coberta com encerrado, as  festas juninas, as rezas e jogos de futebol nos patrimônios. As festas de casamento eram também memoráveis. quase sempre era servido: macarrão  com molho vermelho, frango com molho, polenta, arroz, salada de batata e cerveja gelada no poço d´água.
Os pioneiros italianos participavam sempre nos mutirões para  consertar as estradas, que era feito com enxadas, pás e enxadões. Participavam também em mutirões para construir escolas. 99% dos italianos doaram café para a construção da igreja católica matriz.
Meu avô era analfabeto e meu pai estudou até a 4ª série. Depois de trabalhar muito conseguiram comprar um caminhão Ford 1946. Já não precisavam mais pagar frete.
Depois de mais alguns anos adquiriram uma casa nas proximidades do Campo do Nacional.
Meu pai, José Farina Filho, na década de 50 adquiriu um jipe 1951 e começou a trabalhar como corretor de imóveis. Vendia sítios e fazendas não só no norte do parana, nas também na região de Umuarama, que estava sendo aberta.
Com muito trabalho conseguiu formar cinco filhos na faculdade e deixou um nome honrado que muito amamos e respeitamos.

JOSÉ CARLOS FARINA

* FOTO ACIMA DE GIUSEPPE FARINA, MEU SAUDOSO AVÔ.

MAIOR COLECIONADOR DE CARROS DO PARANÁ NA RECORD By FARINA

RELATO DE UMA PIONEIRA DE ROLÂNDIA SOBRE OS PRIMEIROS ANOS DA CIDADE

Conhecendo seu interesse por Rolândia e sua história ouso transcrever aqui o resgate familiar que fiz. Segue:
Um resgate familiar.
Falando de imigrantes não podemos deixar de falar dos pioneiros ( década de 30) , isto é, aqueles que chegaram quando tudo era nada. Foi assim que a família formada pelos primos, irmãos, cunhados Ernest ( filhos: Rene e Rute) ,Gulzow (filhos Horst e Hilda) , Tolkmith ( filho Alfredo) chegaram em Rolândia: tudo era mato cerrado, tudo estava por ser feito, tudo a ser inventado. O carpinteiro Tolkmith logo, logo desenvolveu sua habilidade e foi exímio construtor. Entre as obras que inicialmente realizou com outros companheiros , está o Hotel Rolândia (iniciado e concluído em 1934), Igreja Metodista Alemã, Hotel Estrela (1934/1935), etc.,etc. A mata era enorme e tornava abundante a madeira para a construção, por isso tudo foi feito em madeira com raríssimas exceções. A família Gulzow /Ernest, dedicou-se ao Hotel Estrela e à agricultura. Ao mesmo tempo, habilidoso com os animais Her Ernest tornou-se veterinário por excelência. Era assim mesmo, múltiplas funções para um lugar que exigia múltiplas habilidades.
Mathias Rausch com seus filhos (Guilherme, Mathias Filho e Margarida), fixa-se em Londrina onde dedica-se ao comércio e à agricultura. Seus filhos Guilherme e Mathias Filho tiveram a visão da oportunidade de ter veículos para transporte de pessoas e não tardaram em ter os primeiros “carros de aluguel” já que não havia ainda trem que facilitasse a mobilidade tanto dos moradores como dos que chegavam de vários lugares buscando a fertilidade do solo.
E assim, de Londrina para Rolândia, chega o jovem Mathias ao coração da jovem Hildegard Gulzow. Mas não pense que era fácil: o caminho era o mesmo de hoje mas no meio da mata cerrada, de terra e quando chovia, de lama – era uma aventura ...
O casamento foi realizado em Rolândia e registrado em Londrina, por absoluta falta de cartório civil . Horst também casou em Rolândia. Tiveram filhos , Walter, Elsa e Margarida (Hilda e Mathias) e Kurt, Edite, Horst F. e Rute (Horst e Elza). E eles, por sua vez já casaram e procriaram. A família Gulzow mora no mesmo endereço de 1934. Os Rausch, mudaram. Os Ernest moram em Londrina, os Tolkmith moram em Rolândia.
Impressiona a disposição que tiveram: no sitio, derrubar a mata, aproveitar a madeira, limpar o terreno para que pudessem plantar – tudo manualmente. Para derrubar as enormes árvores usavam o serrote traçador ou a serra portuguesa movidos por duas pessoas, para limpar usavam foices de diferentes tamanhos; para preparar queimavam e depois passavam o arado puxado por um cavalo e guiado por uma pessoa; só depois plantavam usando semeadeiras manuais para os grãos e as mãos para o café. Tudo dependia de muito esforço e suor. E esperavam com muito trabalho e paciência pelos frutos. No hotel: preparavam os sucos com frutos da temporada através de um processo simples mas próprio para armazenarem para todo o ano. Para ter leite, criavam na chácara (onde até hoje vivem os Gulzow) três a quatro vacas, aproveitavam a nata para fazer a manteiga e os cremes para colocar nas deliciosas tortas e do que restava, vinham os queijos. As frutas serviam também para fazer geleias; os legumes para conservas. Não havia geladeira, o armazenamento era no subsolo (tipo adega) que conservava tudo por um ano ou mais ( Essa adega tinha entrada pela cozinha e serviu também de abrigo para a família quando no termino da 2ª guerra, por serem alemães, o hotel Estrela foi apedrejado). A vida não foi fácil. Foi digna, honrada.
A cidade ainda não possuía clubes sociais, o Hotel Rolândia era dedicado a receber imigrantes, o que dificultava o uso por terceiros, o Hotel Estrela, do casal Herr Ernest e Hulda Gulzow podia ceder suas instalações para as reuniões sociais. Exímia cozinheira Hildegard (Hilda) juntamente com Elza que depois casou-se com Horst Gulzow, preparavam banquetes para todos os paladares. Muitas foram as festas realizadas com presença de notáveis da sociedade rolandense. Mas o Hotel Estrela também serviu nas dificuldades da população - duas epidemias, sem leitos hospitalares, o hotel cede suas acomodações para tratar os doentes; parturientes também locavam acomodações para ganharem seus bebês mais perto dos médicos. Hilda, através das orientações médicas e da prática constante tornou-se “enfermeira prática” que tinha a mão muito leve ao aplicar injeções... acabou sendo uma das primeiras enfermeiras do Hospital Alemão. Horst desenvolveu sua habilidade mecânica ao trabalhar uma forma mais fácil de tirar água daqueles poços tão fundos- mecanizou de forma manual e posteriormente, elétrica, bombas de puxar água do poço com menor esforço. Foi encanador muito hábil. Sabia fazer de tudo um pouco ou quase sempre, muito.
Esse era o imigrante pioneiro – não tinha medo de fazer e de aprender para fazer. Não tinha medo de inovar e o trabalho duro ajudava a esquecer a pátria saudosa. A leitura era refúgio e anelo, lembrança da terra distante, muitos livros de vários autores alemães vieram na bagagem. A fé em Deus, os cânticos foram o alicerce alegre para crescer com a cidade e fazer inúmeros amigos de todas as nacionalidades - além de hospitaleiros eram receptivos e amáveis.
Sabiam com segurança que viviam um momento histórico por isso registraram tudo em fotografias preservadas e que são testemunho do pioneirismo dessa família, que não tem registro na história oficial e nem se preocupou com isso. Sabiam o que faziam e porque faziam. Seus descendentes, entre eles os netos, meus filhos, se orgulham deles e procuram seguir os exemplos de dignidade, trabalho, honradez, que receberam como herança maior. É um pequeno resgate para exemplificar o verdadeiro amor ao trabalho, à honra, tão desgastados nos dias atuais, e homenagear aqueles que tornaram possível a vida em Rolândia.
Else Luiza Rausch

NOTA DO EDITOR:
parabéns pelo texto. narra fatos desconhecidos pela maior parte da população.
Else Luiza Rausch exerceu a advocacia em Rolândia e hoje mora em Florianópolis-Sc.

terça-feira, 4 de junho de 2019

CANAL FARINA DE ROLÂNDIA YOUTUBE


JOSÉ FARINA PIONEIRO ROLÂNDIA 1940 GLEBA CICLONE

GIUSEPPI FARINA
FILHO DE MARIA PISONI E PIETRO SANTE FARINA.
NASCIDO EM GHISALBA, BÉRGAMO, ITÁLIA, EM 29 SETEMBRO DE 1894.
CHEGOU AO BRASIL EM  SETEMBRO DE 1896, COM  2 ANO DE IDADE.
TRABALHOU NA FAZENDA VISCONDE DE PARNAÍBA, JARDINÓPOLIS, ATÉ 1940.
FOI PIONEIRO DE ROLÂNDIA-PR. (GLEBA CICLONE) ONDE CHEGOU EM 1940.
CASADO COM ADELAIDE MARIA CANTAVIN FARINA.
TEVE 4 FILHOS: ANTONIO, JOSÉ, IRINEU E LAURA.
FALECEU EM ROLÂNDIA, EM 1966.




JOSÉ CARLOS FARINA - NETO