segunda-feira, 17 de junho de 2019

A FAMÍLIA FARINA E OS PRIMEIROS ANOS EM ROLÂNDIA


A vida dos pioneiros em Rolândia (e  em todo o norte do paraná)   foi muito dura. A dos pioneiros italianos um pouco mais difícil. É que eles em sua grande maioria não tinham dinheiro. Sofreram muito e para conseguir alguma coisa tiveram que economizar muito.
Foi muito duro o trabalho da derrubada da mata e o preparo do solo para as primeiras lavouras.
Nos primeiros anos valeu muito a  solidariedade e ajuda mútua dos vizinhos.
Meu avô e meu pai falavam sempre da ajuda da família Cavalaro e Fávero.
Meu avô foi pioneiro aqui na Gleba Ciclone, próximo da  Represa do Ingazinho, e quando ele, meus pais e tios não tinham serviço  no sítio, eram contratados para ajudar os Cavalaro e Fávero. Era um dinheirinho extra que vinha sempre em boa hora e que ajudou muito na aquisição de gêneros alimentícios, roupas, calçados e implementos agrícolas que necessitavam.
Em muitas ocasiões os Fávero e Cavalaros ajudaram também o meu avô em mutirões de colheitas de arroz e outros serviços.
Meu avô. Giuseppe Farina sempre ia até os vizinhos tomar uma "branquinha" que nunca faltou nos primeiros anos de colonização.
A vida era muito dura. Havia pouco dinheiro. Eram poucas festas. Pouca diversão.  Pouco ou quase nenhum conforto. Móveis rústicos. Casa simples de madeira, sem forro. Iluminação movida a lamparinas. Banhos de bacia.
Os alimentos eram quase todos produzidos no próprio sítio, tais como: arroz, feijão, verdura, frutas, porcos, ovos e frangos.  Nunca faltou a polenta com frango e o macarrão feito em casa pela nona.
A diversão eram os bailes com barraca coberta com encerrado, as  festas juninas, as rezas e jogos de futebol nos patrimônios. As festas de casamento eram também memoráveis. quase sempre era servido: macarrão  com molho vermelho, frango com molho, polenta, arroz, salada de batata e cerveja gelada no poço d´água.
Os pioneiros italianos participavam sempre nos mutirões para  consertar as estradas, que era feito com enxadas, pás e enxadões. Participavam também em mutirões para construir escolas. 99% dos italianos doaram café para a construção da igreja católica matriz.
Meu avô era analfabeto e meu pai estudou até a 4ª série. Depois de trabalhar muito conseguiram comprar um caminhão Ford 1946. Já não precisavam mais pagar frete.
Depois de mais alguns anos adquiriram uma casa nas proximidades do Campo do Nacional.
Meu pai, José Farina Filho, na década de 50 adquiriu um jipe 1951 e começou a trabalhar como corretor de imóveis. Vendia sítios e fazendas não só no norte do parana, nas também na região de Umuarama, que estava sendo aberta.
Com muito trabalho conseguiu formar cinco filhos na faculdade e deixou um nome honrado que muito amamos e respeitamos.

JOSÉ CARLOS FARINA

* FOTO ACIMA DE GIUSEPPE FARINA, MEU SAUDOSO AVÔ.

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