sábado, 1 de novembro de 2014

VENDAS ANTIGAS DE SECOS E MOLHADOS ( EMPÓRIOS ) DO NORTE DO PARANÁ



Da época da fundação de Rolândia até o final dos  anos 70 não havia  supermercados, mas apenas  vendas ou empórios. Estas vendas  (secos e molhados) eram pequenos  supermercados que vendiam arroz, feijão, batata,  tomates, cebola, alho, sardinha salgada, etc. por quilo. Tinha armários  cheios destes alimentos. O dono da venda pegava uma espécie de concha de lata e enchia sacos de papel de acordo com a quantidade. O óleo era as vezes vendido por litro ( o cliente trazia o litro de casa).  A pessoa levava um litro que era enchido na hora. Tinha também o óleo envasado em latas quadradas de um litro. Mercadorias do tipo iogurte, sorvete, patê, presunto, mussarela, frutas frescas era difícil de encontrar. Por ex. maçã, você só encontrava em quitandas especializadas, pois as mesmas eram importadas da argentina e custavam uma fortuna. A maioria das famílias só compravam maçã pra dar para pessoas doentes. Verduras e legumes eram comprados nas feiras livres, mas a maioria das famílias cultivavam  hortas caseiras. Minha mãe sempre teve a sua (até hoje né dona Sebastiana ?) Sempre tivemos fartura de verduras. Muitas vezes eu e meus irmãos saíamos vendendo  na vizinhança levando-as em cestos. Com o  dinheiro das vendas comprávamos sorvetes e outras guloseimas.  Estas vendas ou empórios vendiam também sardinha ou manjubinhas salgadas, bombinhas de são João, paçoquinha, bolinhas de vidro, querosene em latas de 5 litros, biblioquês, peões, pinicos, etc. Bolachas ou biscoitos só tinha de um tipo (biscoito Maria).  Macarrão era difícil encontrar mais que uma marca. Naquele tempo o comerciante embrulhava as mercadorias com jornal e depois amarrava o pacote em forma de cruz com barbante grosso. Eles faziam com agilidade. Eu gostava de ver... depois treinava em casa... quem sabe um dia poderia ser também um comerciante... Algumas vendas ficaram famosas porque vendiam também picolés de groselha. A molecada fazia a festa. 99% dos clientes levavam cadernetas e marcavam as compras "fiado", ou seja para pagar no final do mês. As vendas que eu me lembro era a do Português Aniceto, o verdão que depois virou mini-mercado, a Casa Primavera e o Braziluza. Minha mãe mandava eu comprar numa venda que ficava na esquina da prefeitura, onde hoje é o escritório do meu irmão Paulo. Lembro-me que com o passar do tempo estas vendas começaram a vender produtos que era novidade na época. Ex. Garrafas térmicas, Q-suco, tubaína e botinas daquelas que tem um lacinho atrás. Coca-Cola e guaraná a maioria das famílias só consumiam em dias especiais como Natal, Ano Novo e Páscoa. A molecada tinha uma mania de furar a tampa do guaraná com prego...  Em ocasiões de festas o refrigerante servido era sempre o guaraná da Antártica. Algumas vezes tomávamos também Crush e Grapete.  Havia muita fartura de produtos colhidos aqui na região, ex. laranja, verdura, legumes, arroz, feijão.  Hoje, graças a Deus quase todas as  famílias podem consumir toda semana Coca-Cola, guaraná, sorvetes, frutas diversas, queijos, carne, etc. O único problema sério hoje (e põe sério) é o aumento dos assaltos e assassinatos. JOSÉ CARLOS FARINA

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