JUAN MARTIN MARTIN (PIONEIRO DE ROLÂNDIA)
Nasceu em Lorca, Espanha. Chegou no Brasil com os pais em 1910. Ele tinha 15 anos. Pediu a mão da minha vó Dolores montado em seu cavalo e com as pernas abertas pronto para dar de esporas, se o sogro dissesse não. É que meu bisavô Manoel Ruiz era tido como um homem muito bravo. O primeiro contato foi tbm de cima de uma cavalo. parou em frente a janela onde minha vó estava e pediu água. era costume em "Monte Azul Paulista" passar boiadas em frente a casa onde minha vó morava. isso foi em 1928. diz a lenda que o delegado de Monte Azul, um dia foi até a casa do meu bisavô. queria levá-lo para depoimento. Ele além de não ir , trocou tiros com a polícia a noite inteira. A velha carabina papo amarelo chegou a esquentar. Meu avô (este carequinha aí da foto) falava sempre que ajudava levar boiada da região de monte Azul e Barretos para Goiás e Matogrosso. Ele falava que tinha calos enormes nas nádegas de tanto cavalgar. Ele pegou malária no Matogrosso e Goiás e sofreu muito em cima do cavalo cavalgando com chuva e frio, coberto apenas por uma capa de feltro que todo cavaleiro da época usava. Meu avô tinha muito amor aos animais. Ele criava porcos, gado e galinhas. Nunca vi ele agredindo uma das suas criações. Todo o dia de manhã e a tarde ele tratava os seus animais. Nunca esquecia.... Eu e meus primos sempre o ajudávamos a debulhar milho e cortar cana. Ele era considerado o maior capador de porcos da região. Esterilizava tantos machos como fêmeas. Nunca perdeu um animal por infecção. Ele tinha o dedo indicador torto de tanta castrações que ele fez. É que para esterilizar fêmea, depois do corte, tem que enfiar o dedo indicador dentro da barriga do animal para puxar os ovários para fora, que depois são cortados com um canivete super afiado. Vi muitas "cirurgias" feitas pelo meu avô. Ele era mt trabalhador. trabalhava de sol a sol. quando chovia chuva fina, ele convocava os netos para irem ajudá-lo a roçar pasto. Colocávamos uma toca de saco de estopa na cabeça (formando um capa) e lá íamos. Ele era baixinho e tinha mt saúde. Morreu aos 90 anos aqui em Rolândia na casa dos meus pais. Até pouco tempo antes de ficar doente, levantava todo dia as 6 horas e fazia o café para nós. Depois acordava todo mundo. uns para estudar. outros para trabalhar. Ele ajudava a minha mãe todo dia descascando alho e batatas, Regava tbm a horta e jardim. Ele era super honesto e trabalhador. Bebia vinho todo dia e nunca o vi bêbado. Ele nunca falou um palavrão. Bom, uma vez quando "martelou" o dedo por acidente acabou soltando um "PQP". Quando morou no sítio sua distração maior era ouvir a "Voz do Brasil" no rádio e bater papo com os amigos e vizinhos. Era muito "seguro". Sempre economizou e poupou. Lembro-me perfeitamente o dia em que tirei esta foto. Como a maquina não tinha flash pedi a minha mãe e meu avô que ficassem próximos da janela da cozinha, de onde vinha mais luz. Foi na hora do café da tarde. meu avô tomava sempre leite com café e pão. Ele sempre comia alho batido com sal e óleo. Passava no pão. Ele dizia que era um costume lá da Espanha. Minha mãe me contou que o pai dele (meu bisavô) com 100 anos, andava de cabeça para baixo, usando as mãos para andar. Foi casado com Dolores Ruiz Maldonado. Teve sete filhos: Ercanação, Isabel, Maria, Ana, Antonio, Manoel e Sebastiana ( minha mãe). TEXTO e FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA
NOTA: Meu avô foi pioneiro de Rolândia, da Gleba Pinheiro/Caramuru.
NOTA: Meu avô foi pioneiro de Rolândia, da Gleba Pinheiro/Caramuru.
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