quinta-feira, 15 de setembro de 2011

HOTEL ROLÂNDIA por MARCOS VINICIUS DE JESUS SPERENDIO


HOTEL ROLÂNDIA
O desrespeito a historia e seus patrimônios históricos da cidade de Rolândia

Marcos Vinicius de Jesus Sperendio – E-mail: marcos_vjs@hotmail.com
Marcia Aparecida de Sousa – marcia_15_09@hotmail.com
Elisangela Oliveira Reis – E-mail: elisangela.oliveira.reis@hotmail.com
  
Introdução

Atualmente, algo que preocupou a equipe, é o descaso que a iniciativa privada e lideres tem tido em relação a história da cidade de Rolândia. Vem sendo motivo de jornais e noticiários, com a demolição ou dita por eles, a mudança de local do hotel que representa a história da cidade, que infelizmente não vem sendo o assunto em pauta pela população em geral mas sim, por um seleto grupo de políticos, acadêmicos e algumas pessoas ilustres que fazem parte da história do município.  (muitas ideias em um mesmo parágrafo) rever  Nós como acadêmicos temos como objetivo, demonstrar esses fatos através da arrecadação do maior numero de informações possíveis sobre o assunto, enaltecendo a importância desse monumento para a cidade de Rolândia que infelizmente não vem sendo motivo de preocupação da população. Aqui também iremos ressaltar o que será feito com a estrutura, e o que possivelmente poderá se tornar o local onde o hotel estava construído.

Metodologia

O seguinte artigo será elaborado com pesquisas de outros textos que falem sobre patrimônios históricos, com noticias retiradas de jornais, revistas entre outros meios de comunicação que possa dar explicações aos fatos acontecidos em na cidade de Rolândia.

Justificativa
Por não ser um tema muito comentado pela sociedade em geral, escolhemos realizar esse trabalho como forma de incentivar a população a preservar a história de seu povo. Também considerando o intuito de cobrar medidas que deveriam ser tomadas pelas autoridades competentes em questão a valorização do patrimônio histórico.
Aspectos geográficos do município de Rolândia

Rolândia possui uma área de 459 Km², situado no eixo econômico Londrina-Maringá, sendo também o entroncamento rodoviário da BR 369 com a PR 170/171 com direta conexão direta  para São Paulo, Mato Grosso e Brasília. Suas divisas são constituídas por, Norte com município de Jaguapitã, ao Sul com Arapongas, a Oeste com Pitangueiras e Sabaudia e ao Leste com Cambé.
A população da cidade de Rolândia de acordo com o censo de 2010 é de 57.810.
A elevação máxima de Rolândia se encontra nas regiões próximas a estação ferroviárias com 730m.As coordenadas geográficas do município de Rolândia são constituídas por latitude S 23°16’33” e longitude O 51°19’45”.

O relevo possui uma topografia levemente inclinada e ondulada, não apresentando nenhuma elevação mais acentuada, o que favorece a mecanização das áreas agrícolas.

 O solo do Município de Rolândia é de textura argilo-limoso que é a chamada “Terra Roxa”
Figura 3. Tipo de Solo de Rolândia - Terra Roxa

Sua coloração é marrom avermelhada. O perfil deste solo não apresenta variações de cores nas diversas profundidades. São os solos em geral mais profundos, podendo chegar a 20 metros sem encontrar rocha, mesmo semidecomposto. A formação dos solos são constituídas por  40% de Latossolo roxo, 50% de terra roxa estruturada e 10% Latossolo vermelho escuro.
  
A história da cidade

A cidade de Rolândia foi fundada pela Companhia de Terras Norte do Paraná, subsidiária da Paraná Plantation Ltda, cujos donos eram ingleses. No dia 29 de Junho de 1934, iniciou-se a construção da primeira casa no perímetro urbano, o Hotel Rolândia. Daí para frente às construções se sucederam e uma próspera vila emergiu no local da mata. Nascia Rolândia.

A fama da fertilidade da "terra toxa" se espalhou por todos os rincões do país e o Norte do Paraná ficou sendo conhecido como a Canaã Brasileira. Logo, mineiros, paulistas, nordestinos e filhos de imigrantes alemães radicados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul estavam povoando e construindo Rolândia. Os imigrantes estrangeiros foram direcionados para se estabelecerem aqui, ou por alguma Sociedade que cuidava da imigração, ou por orientação da própria Companhia de Terras. Dos imigrantes estrangeiros que colaboraram no desenvolvimento de Rolândia, destacam-se japoneses, alemães, italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, húngaros, suíços, poloneses, tchecos, austríacos, entre outros.

O nome Rolândia é de origem germânica, nome dado em homenagem a Roland, legendário herói alemão, que na Idade Média guerreava ao lado de Carlos Magno e seu lema era lutar pela "Liberdade e Justiça".

Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi assolada por uma grande crise econômica. Alguns políticos alemães, interessados em solucionar os problemas, principalmente dos filhos dos pequenos lavradores, criaram Companhias com objetivo de incentivar a imigração. Entre estas se destacou a Companhia Para Estudos Econômicos Além-Mar.
Neste período muitas Companhias Colonizadoras Inglesas ofereciam terras aos interessados em imigração, entre elas, a Paraná Plantation Ltda, que possuía duas filiais no Brasil, A Companhia de Terras Norte do Paraná e a Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná. Ao assumir a presidência da Companhia para Estudos Econômicos Além-Mar, o Dr. Erich Koch-Weser convidou Oswald Nixdorf para estudar junto à Paraná Plantation, um local ideal para dar início a uma colonização alemã no Brasil. (1931): escolhido o local, em 1932, o Sr. Nixdorf é contratado pela Companhia Alemã, com a finalidade de seguir para o Brasil e aqui orientar os imigrantes alemães. No início, os imigrantes que se dirigiram ao Brasil eram basicamente constituídos de filhos de agricultores ou pessoas que queriam tentar a sorte em outro país. Contudo, a partir das perseguições políticas, religiosas e raciais, desencadeadas pelo nazismo, o tipo de imigrante mudou.
Todo aquele que, de uma maneira ou de outra, temia a política repressiva do nazismo procurou sair da Alemanha. Políticos, religiosos e alemães-judeus (estes quase todos com cursos universitários) vão engrossar o número daqueles que procuraram vir para Rolândia.
Em 1934, inicia-se na Alemanha uma restrição à imigração. Até então, o valor que cada imigrante poderia levar consigo era de 10.000 marcos. Com a restrição, este valor caiu para 10 marcos. A Companhia de Terras logo encontrou a solução, a da Permuta. Como a Companhia de Terras precisava de material para levar a Estrada de Ferro até Rolândia e a Alemanha possuía este material (trilhos, etc.), ficou combinado que o dinheiro do imigrante ficaria na própria Alemanha. O imigrante compraria o material ferroviário que a Companhia de Terras precisava e em troca recebia títulos que equivaliam a terras em Rolândia. Graças a esta forma de permuta, a Companhia de Terras conseguiu o prolongamento da Estrada de Ferro até Rolândia. Em janeiro de 1935 aqui chegava pela primeira vez a famosa Maria Fumaça.

A contribuição dos imigrantes estrangeiros e dos imigrantes brasileiros foi de fundamental importância no desenvolvimento de nossa cidade. Os primeiros anos foram de muitas dificuldades, mas a vontade de vencer e de sobreviver fez do pioneiro um forte, verdadeiro herói anônimo, que além de tudo teve que suportar as agruras decorrentes da II Guerra Mundial.

A nossa cidade, a exemplo de outras cidades brasileiras, cujos nomes eram de origem germânica, teve que mudar seu nome. Em 30 de dezembro de 1943, ao mesmo tempo em que era criado o Município de Rolândia, o nome foi trocado para Caviúna. Somente em 1947 é que retornou o antigo nome Rolândia. No começo, os cafezais é que geravam a riqueza; hoje, a diversificação da agricultura se faz presente com destaque para soja, milho, trigo, cana de açúcar e laranja. Rolândia conta ainda com uma pecuária invejável e um parque industrial em franco desenvolvimento.

Fundada em 29 de junho de 1934, com a construção do primeiro imóvel, que posteriormente se tornaria Hotel Rolândia, que seria utilizado para hospedar compradores de terras em período de colonização nascia foi passo inicial para a construção da cidade de Rolândia que atualmente de acordo com uma estimativa do ano de 2006 chega a aproximadamente a 60.000 habitantes.
         
Muitos anos após sua inauguração, o hotel ainda estava em funcionamento, porém com uma baixa muito grande de clientelas, fato devido a instalação de uma série de hotéis mais sofisticados juntamente com a falta de investimentos no setor turístico o hotel com grande ameaça de ser demolido foi fechado, a prefeitura como ação defensiva decide comprar parte da propriedade em um valor estimado em R$ 33.000,00, onde seria de posse da prefeitura apenas o madeiramento que posteriormente seria utilizado na reconstrução em uma outra localidade que seria nas proximidades da estação ferroviária.
Um relato da historiadora e coordenadora do patrimônio histórico do Museu Municipal de Rolândia, Solange Aparecida Pretti, contou que a cidade tem o hotel como marco histórico, já que a data da sua construção, 29 de junho de 1934, é considerada como o dia da fundação do município. Segundo ela, o hotel teria sido construído por um funcionário da Companhia de Terras Norte do Paraná, Eugênio Victor Larinoff, para que compradores de terras que visitavam a região tivessem um local para se hospedar.
A construção, feita em peroba rosa, já hospedou artistas como Derci Gonçalves, Tonico e Tinoco e Maysa. Moradores da cidade dizem que até mesmo Ayrton Senna teria frequentado o hotel. Além de abrigar celebridades, o local foi palco de muitos bailes e eventos no início da colonização. Mas, nos últimos anos, o Hotel Rolândia recebia poucos hóspedes, apenas alguns mensalistas viviam lá. Além disso, o lugar não passou por manutenção, fazendo com que sua aparência antiga afastasse novos clientes.

Entretanto relatos de um museólogo, Ninger Marena, A remoção da estrutura de madeira estaria sendo feita sem critérios, dificultando a remontagem da casa em outro local.

Anteriormente ao fato ocorrido pouco foi feito para impedir o acontecido já que o grande interesse era aproveitar o loteamento, que foi adquirido por um grupo de empresários, utilizado para as instalações do hotel histórico, em construções de estruturas de características modernas, causando então uma revitalização do centro da cidade. Outra medida tomada foi a do senhor José Carlos Farina, advogado e ex-vereador da cidade de Rolândia, que entrou como uma ação judicial na tentativa de impedir o fato ocorrido.
Posteriormente a uma breve explicação da historia da cidade e seus monumentos, torna-se cabível de análise o conceito, ou mais basicamente o que seria um monumento histórico cultural, que é constituído por duas denominações os bens não materiais que são formados pela produção cultural de um povo, como por exemplo, os costumes, as musicas, danças, comidas típicas entre outros fatores. E os bens materiais que são subdivididos em duas modalidades, os bens moveis que são basicamente materiais móveis, como pinturas, esculturas, entre outros. E os bens imóveis que não são somente os imóveis em geral mas também abrangem também sua visibilidade e fruição da localidades em redor do edifício.
Segundo a fundação do patrimônio histórico e artístico de Pernambuco (FUNDARPE), embasada na constituição federal que descreve o patrimônio é constituído pelos bens materiais e imateriais que se referem à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, como sejam: as formas de expressão, os modos de criar, fazer, viver, as criações cientificas, artísticas e tecnológicas, obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços as manifestações artístico-culturais, os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e cientifico.
Mais precisamente o Brasil, por seu extenso território e sua variedade étnica, cultural, que influenciam nos modelos arquitetônicos das construções, e monumentos em geral por esse e entre outros fatores torna-se de suma importância a preservação desses bens materiais ou não materiais.  
Logo, observamos que a constituição protege o patrimônio cultural com o intuito de preservar os mesmos para analises e conhecimento das gerações futuras. Sendo assim o patrimônio cultural parte da herança comum da nação, a sua conservação é de interesse geral, tanto do poder público como dos proprietários e de toda a comunidade. Entretanto, a legislação indica que o Proprietário de um bem tombado é o primeiro responsável por sua integridade, cabendo-lhe, se não dispuser de recursos para sua conservação e reparação, comunicar a necessidade das obras à Secretaria de Cultura, que providenciará a devida execução. A preservação de bens patrimoniais deve ter por finalidade conservar traços da vida comum, quotidiana, e mostrar como vivia a sociedade em determinada época [...] a conservação de bens patrimoniais deve ter por objeto edificações que tenham um significado coletivo para determinada comunidade, pois se perpetua a memória de uma sociedade preservando-se os espaços utilizados por ela na construção de sua história. (TOMAZ.2010).
Até agora vimos que existem leis que protegem o patrimônio histórico cultural que, por conseguinte derivam uma serie de subdivisões que facilitam a proteção e o entendimento dessas leis de defesa ao patrimônio histórico cultural, porém o descaso em preservar esses bens materiais ou não materiais na população ainda é visível, logo, as autoridades competentes não são cobradas de maneira constante acarretando então na má conservação desses patrimônios.  Por esse e muitos outros fatores medidas devem ser tomadas e alguns passos devem ser seguidos para a conservação desses patrimônios culturais que podem servir como marco teórico na historia de uma nação ou de uma comunidade.

Porém influenciado pelo modelo econômico capitalista, o contexto histórico de uma certa região ou uma cidade é deixada de lado para satisfazer os anseios da sociedade, onde basicamente podemos caracterizar a demolição de um imóvel histórico para o aproveitamento de seu território na construção de um edifício habitacional, shopping centers, parques de diversão entre outros.
Para preservar um patrimônio cultural como já vimos, basicamente é necessário o empenho da sociedade em geral, conhecer os bens, sua importância e sua historia em relação a uma localidade através de pesquisas de campo e consultas históricas. Um segundo passo não menos importante é a utilização dos meios de comunicação como televisão, revistas científicas, jornais, portais na internet, lembrando também das instituições de ensino que tem a função de desenvolver o sentimento de valorização dos bens culturais e a reflexão sobre as dificuldades de sua preservação.
“Uma política de preservação não pode ter como objeto apenas a preservação dos bens patrimoniais em si, embora as situações em que essa política muitas vezes é estabelecida a forcem a isso”. (TOMAZ, 2010, p.??).
Cabe a nós acadêmicos, as autoridades competentes e as autoridades em geral preservar os bens patrimoniais culturais, sendo de caráter municipal, nacional ou internacional, pois através dele que fragmentos de nossa história são preservados e transmitidos de geração após geração, devemos também zelar por eles e cobrar as autoridades competentes na manutenção desses monumentos para que sempre fique viva a história das nossas cidades, regiões e países.
Abaixo poderemos então acompanhar uma fotografia tirada por José Carlos Farina advogado e ex-vereador da cidade de Rolândia.

FALTA POUCO PARA O DESMANCHE TOTAL



























Conclusão

Como podemos ver, mais uma vez o modelo econômico capitalista que nos cerca teve como função agir, com fins lucrativos, pouco se importando com a historia e também com os monumentos que marcam esses fatos ocorridos, sendo visível que mais uma vez o descaso da população em geral, também é visível que existem leis que protegem esses monumentos e que cabe a população juntamente com as autoridades competentes zelar pelas condições desses monumentos que reproduzem fragmentos da nossa história.


2 comentários:

  1. MUITO OBRIGADO POR POSTAR O MEU ARTIGO EM SEU BLOG,, AINDA TENHO MUITO A MELHORAR, MAIS QUEM SABE ALGUM DIA, ISSO SEJA DE GRANDE UTILIDADE PARA AS GERAÇÕES FUTURAS, TANTO NA PESQUISA, TANTO NA CRIAÇÃO DE DOCUMENTOS QUE PROTEJAM OUTROS PATRIMÔNIOS EM NOSSA CIDADE SITUADOS.

    MARCOS VINICIUS DE JESUS SPERENDIO

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  2. EU É QUE AGRADEÇO VC CITAR O MEU NOME... UM ABÇ

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