quinta-feira, 6 de outubro de 2016

ELEIÇÕES E ELEITORES ANTIGOS

E L E I Ç õ E S: à Bico de Pena e à Urna Eletrônica


Reflexões de um Museólogo

“Experiência não é o que aconteceu com você mas o 

que você fez com o que lhe aconteceu.” 

Aldous Huxley 

1894 - 1963 - escritor inglês 

Sou do tempo em que as crianças apreciavam “ouvir” as histórias da “vovó”! Das inúmeras ouvidas de minha avó paterna uma jamais esqueci e relembro-me dela toda vez que ocorre um processo eleitoral. 

Começos do século 20, interior do Estado de São Paulo. Meu bisavô em dia de eleições costumava trancar especialmente as filhas mulher em casa não permitindo que saíssem à rua! Dizia ele ser “perigoso”. Curiosa minha avó resolve certa ocasião sair de casa e ir “espiar” pelas fechaduras das portas do edifício do Grupo Escolar , onde ocorriam as votações, junto com uma irmã, o que seria essa tal eleição da qual seu pai tinha tanto medo. 

Observa através de uma fechadura, junto com a tia Dagmar que um homem assinava um livro e de repente “ouviu-se” um forte estampido! Aquele homem cai no chão ensangüentado! Apavoradas, correm para casa e ainda “apanham de minha bisavó” por terem desobedecido ordens de seu pai. Para duas meninas paulistas dos inícios do século 20 esse acontecimento foi “traumatizante”! 

Eleição era isso ???

Começos do século 20 interior do civilizado Estado de São Paulo! Imagine-se o que acontecia pelo interior do Piauí, Minas Gerais, Mato Grosso, entre outros. 

Ao tempo da chamada República Velha não havia “voto secreto”. O eleitor comparecia diante do mesário e verbalizava o seu voto o qual era anotado em livros ou folhas avulsas e assinava um termo de comparecimento. As eleições eram presididas pelos Juízes Estaduais os quais por sua vez eram subordinados ao Poder Político local. Os “coronéis” tipo hoje José Sarney ou Renan Calheiros é que determinavam os candidatos os quais aquele “reduto” era obrigado a votar. Quem não votasse nos candidatos por eles indicados sofria terríveis perseguições as quais podiam chegar até ao assassinato sob o olhar de uma justiça complacente tão frágil quanto a própria vítima.

Tem-se que a JUSTIÇA ELEITORAL começa a surgir timidamente a partir da Revolução de 1930. Inserida dentro do Sistema Judiciário Federal a partir da constituinte de 1934. Constituição a qual sobrevive até novembro de 1937 quando Getúlio Vargas “fecha o Congresso Nacional e obriga” Armando Salles Oliveira, Governador do Estado de São Paulo e candidato à Presidência da República naquele ano de 1937 a buscar exílio para sobreviver. 

1937 era para ter eleições para a Presidência da República abortada com o Golpe de Estado acontecido em princípios de Novembro. Eleições só em 1945 onde experimentou-se o voto secreto,em folhas de papel e onde as mulheres puderam pela primeira vez votar. 

Se “eleições” fossem o remédio para todos os nossos males deveríamos nos encontrar no melhor dos mundos! Ao contrário! Somos obrigados a votar e se não o fizermos pagamos “multa”! Recebemos todo tipo de sanções.

A cada dois anos somos literalmente obrigados a participar de em um jogo de cena ! Correm fortunas incalculáveis nessa “encenação” enquanto hospitais fecham por falta de recursos, escolas, creches, asilos, sobrevivem a míngua. 

Na chamada República Velha as eleições eram menos “hipócritas” hoje temos a questionável urna eletrônica, sucedânea da eleição “à bico de pena”. Questionada por alguns políticos “lúcidos” e “combativos” como o célebre Dr. Enéas ou estilista Clodovil Hernandes todos vão à óbito de maneira estranha!

Eleições movimentam vultosos recursos financeiros! Propiciam notícia na imprensa, movimentam institutos de opinião, estrategistas em marketing, gráficas, gastam-se papéis adoidado... Geram polpudos empregos para Ministros, advogados,funcionários da Justiça Eleitoral. Para quê ??? 

O que há por trás da urna eletrônica, pergunto-me ???

Para mim ela é um “blefe” que de tão moderna jamais será adotada por países como: Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra, Suíça, o próprio Estados Unidos. Por quê ??? Simplesmente não é possível conferir ou reconferir o resultado de uma eleição! Nem o eleitor sabe realmente em quem está votando! 

Nunca se saberá se ela teria sido adredemente preparada para um resultado almejado. Preferível as eleições”à bico de pena” da República Velha ao que se me parece, salvo melhor juízo uma triste “hipocrisia moderna”. 

Na saudades da infância, da vovó e de uma tia avó peroro relembrando-me da figura de Otto Von Bismark (18l5-1898) o chanceler de ferro do extinto Império Alemão.

Uma de suas frases famosas encontramos esta: 

“ – As leis e as salsichas é bom que o público jamais saiba como são feitas!”

Ao que acrescentarei como pensamento de um velho e cansado museólogo:

“ – Talvez seja bom que jamais saibamos o que ocorrem efetivamente nas “eleições” em nosso país! Utilizando-me das “metáforas” da vovó podem nos 

“embrulhar o estômago”!

Dado no “campus” da UEL

termos do Museu de Geologia e Paleontologia

Hora da Vésper Calendas de Octobris de 2.0l6 DC

Após as eleições Municipais acontecidas em 2 de Outubro

Londrina o coração de sua população “geme” e “arde” por Marcelo Belinatti! 

Alexandre Kireef diz-se deverá ir para a Ambev...

Em 3.369 de Memphis Annum da AMORC Rosae Crucis








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