sábado, 30 de março de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
quinta-feira, 21 de março de 2013
CINEMAS DE ROLÂNDIA
ESTE EDIFÍCIO DA DIREITA ERA O ANTIGO CINE ROLÂNDIA, INAUGURADO NOS ANOS 50. ALI NA ESQUINA FICAVAM OS CARTAZES COM A FOTO PRINCIPAL DO FILME EM EXIBIÇÃO.... ISTO É HISTÓRIA.. A MOLECADA DE HOJE NEM IMAGINA AS EMOÇÕES DAS ESTREIAS DOS FILMES ÉPICOS QUE FORAM EXIBIDOS ALI.. "E O VENTO LEVOU"... EL CID.. OS 10 MANDAMENTOS.. "BEN-HUR"... ONDE HJ É O INSS FICAVA O CINE BANDEIRANTES.. LEMBRO-ME QUE UM DOS ÚLTIMOS FILMES QUE FOI EXIBIDO LÁ... "DIO COME TI AMO".. EU ESTAVA LÁ... ERAM POUCOS ESPECTADORES ASSISTINDO... O CINE BANDEIRANTES TINHA CADEIRAS ESTOFADAS, JÁ O ROLÂNDIA AS CADEIRAS ERAM DE MADEIRAS DA "MÓVEIS CIMO" (ENCOSTO CURVADO COR MARROM)... O CINE ROLÂNDIA (ESTE DA FOTO) TINHA MAIS PÚBLICO. AS MOÇAS E RAPAZES PREFERIAM ESTE CINEMA POR SER MAIOR E POR TER AMPLOS CORREDORES PARA QUE PUDESSEM TRANSITAR E PRATICAREM A FAMOSA "PAQUERA". AS MOÇAS CHEGAVAM MAIS CEDO E FICAVAM SENTADAS. OS RAPAZES FICAVAM CIRCULANDO E LOCALIZANDO ONDE ESTAVA SENTADA E SUA PRETENDENTE. SE A MOÇA SINALIZAVA DANDO A ENTENDER QUE "ESTAVA INTERESSADA", LOGO DEPOIS QUE AS LUZES COMEÇAVAM A APAGAR O RAPAZ CHEGAVA E SENTAVA JUNTO. SEMPRE HAVIA UMA COLEGA QUE SAIA E DEIXAVA O LUGAR VAGO. NAS PAREDES HAVIAM VÁRIOS ARRANJOS COM LUZES. ANTES DO FILME COMEÇAR TOCAVA A MÚSICA "TEMA DE LARA" OU "BEIJA-ME MUCHO" E ESTAS LUZES IAM APAGANDO PROGRESSIVAMENTE, PARA DAR TEMPO DAS PESSOAS SENTAREM. HAVIA TAMBÉM UMA ANTE-SALA COM UMA ÓTIMA BOMBONIERE ONDE COMPRÁVAMOS CHICLETES ADANS E AS FAMOSAS BALAS DE CEVADA SONKSEN. NESTA ANTE-SALA HAVIAM SOFÁS PARA QUE OS CLIENTES PUDESSEM ESPERAR A SESSÃO COMEÇAR. A MOÇADA TINHA MANIA DE ASSOVIAR E TORCER PARA O MOCINHO. QUANDO TINHA CENA DE AÇÃO... VIRAVA UMA BAGUNÇA NO CINEMA. POR VÁRIAS VEZES ARMAVAM BOMBAS ENORMES PARA EXPLODIR NO MEIO DA SESSÃO. COMO ESPOLETA COLOCAVAM A BOMBA ENFIADA EM UMA BITUCA DE CIGARRO ACESA. UMA VEZ ACENDERAM UM TAL DE "BARBANTINHO" QUE ERA PREPARADO COM ENXOFRE COM UM CHEIRO INSUPORTÁVEL... A SESSÃO TEVE QUE SER INTERROMPIDA PARA A LIMPEZA. A SESSÃO COMEÇAVA DEPOIS DA MISSA. E LOGO APÓS O TÉRMINO DA SESSÃO QUASE TODOS OS JOVENS IAM PARA A SORVETERIA HOLANDESA TOMAR SORVETE OU CHOPE. NOS ANOS 70 ABRIRAM A LANCHONETE "SOBRADO" ( ATUAL CASA DO GIBIM ) E O PÚBLICO ENTÃO COMEÇOU A DIVIDIR. MAS FORAM TEMPOS DOURADOS. NÃO HAVIA DROGAS. QUASE TODOS TRABALHAVAM. AJUDAVAM OS PAIS. ERA UMA JUVENTUDE SADIA. HAVIA RESPEITO PARA COM OS MAIS VELHOS. NOS ANOS 60 OS JOVENS USAVAM CALÇAS FUNIL, BEM APERTADAS, BOTINHA E JAQUETAS. NOS ANOS 70 USARAM AS CALÇAS "BOCAS DE SINO" E SAPATOS PLATAFORMA. NOS ANOS 60 CURTIAM MÚSICAS DO IÊ IÊ IÊ / JOVEM GUARDA E NOS ANOS 7O COMEÇOU A "ARREBENTAR" A MÚSICA ROMÂNTICA INGLESA OU AMERICANA. OS JOVENS NESTA ÉPOCA GASTAVAM DE DANÇAR MÚSICA LENTA, SEMPRE COM OS ROSTOS "COLADOS". OS DISCOS DOS BEE GEES CHEGAVAM A GASTAR DE TANTO TOCAR. A MINHA MÚSICA PREFERIDA ERA "I STARTED A JOKE", ATÉ HOJE ME EMOCIONO COM ELA. AS VEZES QUANDO OS PAIS LIBERAVAM OS CARROS ÍAMOS PARA BAILES EM CAMBÉ, SÃO MARTINHO, SABÁUDIA E JAGUAPITÃ. SEMPRE DAVA BRIGAS E TÍNHAMOS QUE SAIR CORRENDO. HAVIA RIVALIDADE DOS JOVENS COM OS QUE VINHAM DE FORA. NINGUÉM QUERIA DIVIDIR AS MENINAS. É QUE AS "DANADINHAS" SE INSINUAVAM MAIS PARA OS RAPAZES DE FORA. NAQUELE TEMPO TODO MUNDO CONHECIA TODO MUNDO. OS RAPAZES "DE FORA" TINHAM MAIS CHANCES. O CARA PODIA SER FEIO PARA DEDÉO MAIS SEMPRE ARRUMAVA NAMORADINHA FORA DE ROLÂNDIA. O DIFÍCIL ERA SAIR CORRENDO. AS VEZES O CARRO DEMORAVA PARA "PEGAR" E OS CARAS CHEGANDO. TINHA NEGUINHO QUE ATÉ REZAVA NESTA HORA PEDINDO PARA O FUSCA "PEGAR" LOGO. UMA VEZ MEU PRIMO, O TONINHO, ME LEVOU A UM BAILE EM APUCARANA. DEPOIS DAS 2 DA MADRUGA SAIU UMA BRIGA ( NÃO SEI ATÉ HOJE O MOTIVO) SÓ SE VIA CADEIRA E MESA VOANDO DE UM LADO PARA O OUTRO. EU E MEU PRIMO QUE NÃO SOMOS BOBOS PULAMOS LOGO UMA JANELA QUE ESTAVA ABERTA. LOGO DEPOIS OUVIMOS TAMBÉM TIROS DE REVÓLVER. PARA NÓS ACABOU A FESTA E VIEMOS EMBORA. KKKKKKKKK JOSÉ CARLOS FARINA
OBS.: Escrevi em outro lugar deste blog o costume que a molecada tinha de trocar gibis nas matinês do cinema... domingos antes de começar o filme.. antes das 14 horas... eu tenho as minhas coleções até hoje.
COMENTÁRIO: Sergio de Sersank Formidável! Vc é genial, meu caro José Carlos Farina. Eu não disse que vc é um historiador nato? Com sua licença, gostaria de partilhar isso que vc escreveu em seu blog com todos os meus amigos do Face. O que vc narra aqui, com essa sua memória prodigiosa, vale também para os diversos municípios da região e quiçá do Brasil, afora. Vc retrata bem, apesar de ser aenas uma síntese o que publica aqui, um pouco do que foram as nossas vidas na adolescência e juventude. Faltou falar das quermesses, com os chamados "correios-elegantes" e de algumas outras coisas, como aquela fase das "brincadeiras dançantes" que estava por todo o país. Mas, certamente vc está guardando pra nos contar isso tudo com detalhes ainda mais precisos e encantadores. Mesmo porque seria, por ora, estender demais. Os jovens de hoje nem imaginam quanto era feliz a mocidade dos "anos dourados". Continue a nos brindar com suas pérolas, Farina! Grande abraço!
OBS.: Escrevi em outro lugar deste blog o costume que a molecada tinha de trocar gibis nas matinês do cinema... domingos antes de começar o filme.. antes das 14 horas... eu tenho as minhas coleções até hoje.
COMENTÁRIO: Sergio de Sersank Formidável! Vc é genial, meu caro José Carlos Farina. Eu não disse que vc é um historiador nato? Com sua licença, gostaria de partilhar isso que vc escreveu em seu blog com todos os meus amigos do Face. O que vc narra aqui, com essa sua memória prodigiosa, vale também para os diversos municípios da região e quiçá do Brasil, afora. Vc retrata bem, apesar de ser aenas uma síntese o que publica aqui, um pouco do que foram as nossas vidas na adolescência e juventude. Faltou falar das quermesses, com os chamados "correios-elegantes" e de algumas outras coisas, como aquela fase das "brincadeiras dançantes" que estava por todo o país. Mas, certamente vc está guardando pra nos contar isso tudo com detalhes ainda mais precisos e encantadores. Mesmo porque seria, por ora, estender demais. Os jovens de hoje nem imaginam quanto era feliz a mocidade dos "anos dourados". Continue a nos brindar com suas pérolas, Farina! Grande abraço!
RESPOSTA: José Carlos Farina Muito obrigado Sergio. Fico feliz que tenha gostado. É.. éramos felizes e sabíamos... Fico honrado com o seu elogio. Ainda mais vindo de uma famoso escritor como você. um abraço. Deus te abençoe. Você é muito gentil.
terça-feira, 19 de março de 2013
domingo, 17 de março de 2013
VIDA NA ROÇA NO NORTE DO PARANÁ
Nos anos 30 a 80, 80% das casas da zona rural do norte do paraná, eram exatamente neste modelo.
Sem forro, para que a fumaça das lamparinas e lampiões dissipassem, e não prejudicassem muito a saúde dos moradores.
Tinha também um porão, onde os sitiantes guardavam alguns apetrechos típicos da época. Ex.: rodas de carroça, debulhadeira de milho, balanças, arreios, enxadas, rodos e enxadões.
Era comum também os cães, porcos e galinhas se protegerem nestes porões à noite, motivo pela qual aparecia muitas pulgas nas casas.
Para combater as pulgas os agricultores usavam o inseticida "BHC” muito perigoso.
As janelas e portas eram feitas com tábuas. não havia vidros. para ventilar ou clarear tinha que abrir totalmente as janelas. com chuva e frio era muito difícil.
99% destas casas tinham também fogão caipira a lenha feitos com tijolos e barro. A comida ficava gostosa, mas sempre havia poluição com a fumaça que as vezes não subia pela chaminé.
A parte boa do fogão caipira é que o mesmo aquecia a casa e os moradores na época do inverno.
Era muito gostoso fazer uma refeição ou tomar um café ao lado do fogão aceso.
À noite, quando aparecia visitas, o fogão mantinha todos aquecidos e, aí, era muitas estórias de assombração.
90% das famílias usavam grandes bacias para os banhos. Poucas famílias tinham chuveiros com cordinha.
Nas primeiras décadas muitas famílias não possuíam sequer casinha tipo privada para as necessidades fisiológicas. tempos difíceis.
A maioria da molecada não usava sapatos. estavam sempre descalços. Botinas chegavam a ser um luxo.
Os adultos aprendiam a fumar cigarros de palhas para espantar os mosquitos. Eram uma verdadeira praga.
A comida era sempre arroz, feijão, mandioca, verduras e legumes cultivados nas propriedades. Havia muitas galinhas, frangos, ovos e porcos. Carne de boi era um luxo para poucos. As vezes consumiam carne seca e peixes salgados.
Nos sítios não se consumia refrigerantes, iogurtes, maionese, ketchup, frutas do tipo maçã pera, mas havia muitas laranjas, tangerinas e mexericas.
Muitos tinham uma vaca para produção de leite e queijos.
Ninguém era poupado do trabalho. Até as crianças quando vinham da escola, iam para a roça, carpir, plantar e colher.
As 10 horas da manhã eram levadas as refeições para os adultos na roça, no meio do cafezal. De sobremesa eram consumidas laranjas diretamente do pé,
Descanso só nos feriados e quando chovia muito.
Quando caia uma chuva fina, os pais iam com os filhos roçar pastos e cuidar das reformas das casas, tulhas, paiol e arreios.
Ao acordar ouvíamos os passarinhos cantando (alvorada) lá no pomar. O dono da casa, quando tinha um rádio, ligava pra ouvir Tonico e Tinoco e outros cantores sertanejos. Enquanto a dona de casa estava preparando o café, tirando água do poço, o marido ia para o curral ordenhar as vacas e trazer o leite para as crianças.
Ao cair da noite, quem tinha rádio acompanhava as notícias do brasil ouvindo o repórter Esso e " a voz do brasil".
99% das propriedades tinham como benfeitorias, paiol para o milho. tulha para o café, terreirão para a secagem do café, chiqueiro para os porcos, curral para separar as vacas dos bezerros, ordenha e galinheiro.
Havia também um espaço para a horta e para o plantio de pimentas, pepinos, alho e cebola.
Havia sempre o pomar para as frutas. Todos os sítios tinham plantados laranjas, tangerinas e mexericas entre outras. A molecada chupava as frutas lá em cima, diretamente do pé de mexerica.
A parte ruim: havia muito bicho de pé, ratos e pulgas.
Diversão aos sábados eram os bailes debaixo de encerados. A música era ao vivo com sanfona e violão.
Em noites de lua cheia os jovens andavam a pé quilômetros atrás de bailes de sanfona. Iam conversando e contando causos pra passar o tempo.
Aos domingos, muitos iam assistir peladas de futebol nos patrimônios. Aí, alguns gastavam um pouco, comprando picolés de groselha e paçoquinhas. Tubaína era pra poucos. Quando alguém comprava dividia com a família. Um copo para cada um.
Acontecia também as festas juninas, com fogueiras, pipocas, bolos, canjica, quentão e leite com chocolate.
Na festa de São João à meia noite muitos atravessavam tapetes em brasa, descalços, para provar a fé. Eu fui um deles.
Havia também novenas, com muita reza. Após sempre saia um chá com biscoitos caseiros.
Os sitiantes eram muitos unidos. acontecia sempre mutirões para colheitas. Um vizinho ajudava o outro.
Poucos tinham carros e caminhões. A maioria nem carroça puxada com animal tinha.
Nos dias de chuva, haviam muitas dificuldades para estes sitiantes e porcenteiros se locomoverem para a cidade. Nestes dias de chuvas, quando aparecia uma enfermidade a noite, era um tormento ir atrás de socorro.
Quase todo sitiante tinha uma família de porcenteiros morando próximo. O café ocupava muito mão de obra o ano inteiro.
A molecada gostava muito nos dias em que os pais e os avós matavam porcos. Era uma fartura. Muita carne frita no tacho. Faziam linguiça e codeguim.
Todo o dia, além dos serviços da roça, tinham que dar comida e água para os animais, debulhar milho, e cortar cana para as vacas e cavalos.
O dia mais feliz do mês era ir pra cidade fazer compras para o mês. Neste dia a molecada tinha direito a um picolé, uma paçoquinha e um copo de tubaína.
Por ocasião do natal e ano novo, os parentes apareciam. Era um almoço especial com leitoa, frango assado, macarrão, guaraná da antártica e cerveja quente. Não havia geladeiras.
Diversão para a molecada depois das tarefas, era andar a cavalo e nadar no riacho e cachoeira.
Pouquíssimas famílias tinham rádios. Depois da janta, por volta das 20 horas, todos iam dormir.
Não havia energia elétrica. Televisão o povo da roça via quando visitava algum parente na cidade ou em alguma loja. Era muito bom assistir o Bonanza e Rin Tin Tin.
Fazia frio, sol ou chuva, os adultos acordavam com o segundo canto do galo, por volta das 5h da madrugada.
Era muito triste quando geava. Os agricultores tinham que esperar depois mais dois ou três anos para uma boa colheita de café.
Antigamente o governo não liberava nenhum tipo de ajuda para os agricultores. Eles tinham que ser muito fortes e trabalhar muito, sem nenhum amparo social, como temos hoje.
A noite a gente dormia cedo ouvindo os grilos e sapos.
José Carlos Farina
FOTO MARCOS DA TV PARDAU
A vida era assim na maioria dos sítios do norte do Paraná.
Lembro-me da minha avó e tias cozinhando no fogão caipira a lenha.. Era bem assim... Eita saudade.
sábado, 16 de março de 2013
quarta-feira, 13 de março de 2013
Assinar:
Postagens (Atom)