quinta-feira, 29 de setembro de 2011

COMEÇOU A RECONSTRUÇÃO DO HOTEL ROLÂNDIA

29/09/2011






Pelo que li nos jornais começou ontem (dia 29/09/2011) as obras de reconstrução do Hotel Rolândia. Tenho muito interesse em acompanhar de perto estes obras pois fui o único a se interessar em defender sua preservação para as futuras gerações. Se não fosse a Ação Popular ajuizada por mim as madeiras já tinham virado caixaria de construção e móveis. Texto e 1ª foto de JOSÉ CARLOS FARINA

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

HOTEL ROLÂNDIA por MARCOS VINICIUS DE JESUS SPERENDIO


HOTEL ROLÂNDIA
O desrespeito a historia e seus patrimônios históricos da cidade de Rolândia

Marcos Vinicius de Jesus Sperendio – E-mail: marcos_vjs@hotmail.com
Marcia Aparecida de Sousa – marcia_15_09@hotmail.com
Elisangela Oliveira Reis – E-mail: elisangela.oliveira.reis@hotmail.com
  
Introdução

Atualmente, algo que preocupou a equipe, é o descaso que a iniciativa privada e lideres tem tido em relação a história da cidade de Rolândia. Vem sendo motivo de jornais e noticiários, com a demolição ou dita por eles, a mudança de local do hotel que representa a história da cidade, que infelizmente não vem sendo o assunto em pauta pela população em geral mas sim, por um seleto grupo de políticos, acadêmicos e algumas pessoas ilustres que fazem parte da história do município.  (muitas ideias em um mesmo parágrafo) rever  Nós como acadêmicos temos como objetivo, demonstrar esses fatos através da arrecadação do maior numero de informações possíveis sobre o assunto, enaltecendo a importância desse monumento para a cidade de Rolândia que infelizmente não vem sendo motivo de preocupação da população. Aqui também iremos ressaltar o que será feito com a estrutura, e o que possivelmente poderá se tornar o local onde o hotel estava construído.

Metodologia

O seguinte artigo será elaborado com pesquisas de outros textos que falem sobre patrimônios históricos, com noticias retiradas de jornais, revistas entre outros meios de comunicação que possa dar explicações aos fatos acontecidos em na cidade de Rolândia.

Justificativa
Por não ser um tema muito comentado pela sociedade em geral, escolhemos realizar esse trabalho como forma de incentivar a população a preservar a história de seu povo. Também considerando o intuito de cobrar medidas que deveriam ser tomadas pelas autoridades competentes em questão a valorização do patrimônio histórico.
Aspectos geográficos do município de Rolândia

Rolândia possui uma área de 459 Km², situado no eixo econômico Londrina-Maringá, sendo também o entroncamento rodoviário da BR 369 com a PR 170/171 com direta conexão direta  para São Paulo, Mato Grosso e Brasília. Suas divisas são constituídas por, Norte com município de Jaguapitã, ao Sul com Arapongas, a Oeste com Pitangueiras e Sabaudia e ao Leste com Cambé.
A população da cidade de Rolândia de acordo com o censo de 2010 é de 57.810.
A elevação máxima de Rolândia se encontra nas regiões próximas a estação ferroviárias com 730m.As coordenadas geográficas do município de Rolândia são constituídas por latitude S 23°16’33” e longitude O 51°19’45”.

O relevo possui uma topografia levemente inclinada e ondulada, não apresentando nenhuma elevação mais acentuada, o que favorece a mecanização das áreas agrícolas.

 O solo do Município de Rolândia é de textura argilo-limoso que é a chamada “Terra Roxa”
Figura 3. Tipo de Solo de Rolândia - Terra Roxa

Sua coloração é marrom avermelhada. O perfil deste solo não apresenta variações de cores nas diversas profundidades. São os solos em geral mais profundos, podendo chegar a 20 metros sem encontrar rocha, mesmo semidecomposto. A formação dos solos são constituídas por  40% de Latossolo roxo, 50% de terra roxa estruturada e 10% Latossolo vermelho escuro.
  
A história da cidade

A cidade de Rolândia foi fundada pela Companhia de Terras Norte do Paraná, subsidiária da Paraná Plantation Ltda, cujos donos eram ingleses. No dia 29 de Junho de 1934, iniciou-se a construção da primeira casa no perímetro urbano, o Hotel Rolândia. Daí para frente às construções se sucederam e uma próspera vila emergiu no local da mata. Nascia Rolândia.

A fama da fertilidade da "terra toxa" se espalhou por todos os rincões do país e o Norte do Paraná ficou sendo conhecido como a Canaã Brasileira. Logo, mineiros, paulistas, nordestinos e filhos de imigrantes alemães radicados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul estavam povoando e construindo Rolândia. Os imigrantes estrangeiros foram direcionados para se estabelecerem aqui, ou por alguma Sociedade que cuidava da imigração, ou por orientação da própria Companhia de Terras. Dos imigrantes estrangeiros que colaboraram no desenvolvimento de Rolândia, destacam-se japoneses, alemães, italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, húngaros, suíços, poloneses, tchecos, austríacos, entre outros.

O nome Rolândia é de origem germânica, nome dado em homenagem a Roland, legendário herói alemão, que na Idade Média guerreava ao lado de Carlos Magno e seu lema era lutar pela "Liberdade e Justiça".

Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi assolada por uma grande crise econômica. Alguns políticos alemães, interessados em solucionar os problemas, principalmente dos filhos dos pequenos lavradores, criaram Companhias com objetivo de incentivar a imigração. Entre estas se destacou a Companhia Para Estudos Econômicos Além-Mar.
Neste período muitas Companhias Colonizadoras Inglesas ofereciam terras aos interessados em imigração, entre elas, a Paraná Plantation Ltda, que possuía duas filiais no Brasil, A Companhia de Terras Norte do Paraná e a Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná. Ao assumir a presidência da Companhia para Estudos Econômicos Além-Mar, o Dr. Erich Koch-Weser convidou Oswald Nixdorf para estudar junto à Paraná Plantation, um local ideal para dar início a uma colonização alemã no Brasil. (1931): escolhido o local, em 1932, o Sr. Nixdorf é contratado pela Companhia Alemã, com a finalidade de seguir para o Brasil e aqui orientar os imigrantes alemães. No início, os imigrantes que se dirigiram ao Brasil eram basicamente constituídos de filhos de agricultores ou pessoas que queriam tentar a sorte em outro país. Contudo, a partir das perseguições políticas, religiosas e raciais, desencadeadas pelo nazismo, o tipo de imigrante mudou.
Todo aquele que, de uma maneira ou de outra, temia a política repressiva do nazismo procurou sair da Alemanha. Políticos, religiosos e alemães-judeus (estes quase todos com cursos universitários) vão engrossar o número daqueles que procuraram vir para Rolândia.
Em 1934, inicia-se na Alemanha uma restrição à imigração. Até então, o valor que cada imigrante poderia levar consigo era de 10.000 marcos. Com a restrição, este valor caiu para 10 marcos. A Companhia de Terras logo encontrou a solução, a da Permuta. Como a Companhia de Terras precisava de material para levar a Estrada de Ferro até Rolândia e a Alemanha possuía este material (trilhos, etc.), ficou combinado que o dinheiro do imigrante ficaria na própria Alemanha. O imigrante compraria o material ferroviário que a Companhia de Terras precisava e em troca recebia títulos que equivaliam a terras em Rolândia. Graças a esta forma de permuta, a Companhia de Terras conseguiu o prolongamento da Estrada de Ferro até Rolândia. Em janeiro de 1935 aqui chegava pela primeira vez a famosa Maria Fumaça.

A contribuição dos imigrantes estrangeiros e dos imigrantes brasileiros foi de fundamental importância no desenvolvimento de nossa cidade. Os primeiros anos foram de muitas dificuldades, mas a vontade de vencer e de sobreviver fez do pioneiro um forte, verdadeiro herói anônimo, que além de tudo teve que suportar as agruras decorrentes da II Guerra Mundial.

A nossa cidade, a exemplo de outras cidades brasileiras, cujos nomes eram de origem germânica, teve que mudar seu nome. Em 30 de dezembro de 1943, ao mesmo tempo em que era criado o Município de Rolândia, o nome foi trocado para Caviúna. Somente em 1947 é que retornou o antigo nome Rolândia. No começo, os cafezais é que geravam a riqueza; hoje, a diversificação da agricultura se faz presente com destaque para soja, milho, trigo, cana de açúcar e laranja. Rolândia conta ainda com uma pecuária invejável e um parque industrial em franco desenvolvimento.

Fundada em 29 de junho de 1934, com a construção do primeiro imóvel, que posteriormente se tornaria Hotel Rolândia, que seria utilizado para hospedar compradores de terras em período de colonização nascia foi passo inicial para a construção da cidade de Rolândia que atualmente de acordo com uma estimativa do ano de 2006 chega a aproximadamente a 60.000 habitantes.
         
Muitos anos após sua inauguração, o hotel ainda estava em funcionamento, porém com uma baixa muito grande de clientelas, fato devido a instalação de uma série de hotéis mais sofisticados juntamente com a falta de investimentos no setor turístico o hotel com grande ameaça de ser demolido foi fechado, a prefeitura como ação defensiva decide comprar parte da propriedade em um valor estimado em R$ 33.000,00, onde seria de posse da prefeitura apenas o madeiramento que posteriormente seria utilizado na reconstrução em uma outra localidade que seria nas proximidades da estação ferroviária.
Um relato da historiadora e coordenadora do patrimônio histórico do Museu Municipal de Rolândia, Solange Aparecida Pretti, contou que a cidade tem o hotel como marco histórico, já que a data da sua construção, 29 de junho de 1934, é considerada como o dia da fundação do município. Segundo ela, o hotel teria sido construído por um funcionário da Companhia de Terras Norte do Paraná, Eugênio Victor Larinoff, para que compradores de terras que visitavam a região tivessem um local para se hospedar.
A construção, feita em peroba rosa, já hospedou artistas como Derci Gonçalves, Tonico e Tinoco e Maysa. Moradores da cidade dizem que até mesmo Ayrton Senna teria frequentado o hotel. Além de abrigar celebridades, o local foi palco de muitos bailes e eventos no início da colonização. Mas, nos últimos anos, o Hotel Rolândia recebia poucos hóspedes, apenas alguns mensalistas viviam lá. Além disso, o lugar não passou por manutenção, fazendo com que sua aparência antiga afastasse novos clientes.

Entretanto relatos de um museólogo, Ninger Marena, A remoção da estrutura de madeira estaria sendo feita sem critérios, dificultando a remontagem da casa em outro local.

Anteriormente ao fato ocorrido pouco foi feito para impedir o acontecido já que o grande interesse era aproveitar o loteamento, que foi adquirido por um grupo de empresários, utilizado para as instalações do hotel histórico, em construções de estruturas de características modernas, causando então uma revitalização do centro da cidade. Outra medida tomada foi a do senhor José Carlos Farina, advogado e ex-vereador da cidade de Rolândia, que entrou como uma ação judicial na tentativa de impedir o fato ocorrido.
Posteriormente a uma breve explicação da historia da cidade e seus monumentos, torna-se cabível de análise o conceito, ou mais basicamente o que seria um monumento histórico cultural, que é constituído por duas denominações os bens não materiais que são formados pela produção cultural de um povo, como por exemplo, os costumes, as musicas, danças, comidas típicas entre outros fatores. E os bens materiais que são subdivididos em duas modalidades, os bens moveis que são basicamente materiais móveis, como pinturas, esculturas, entre outros. E os bens imóveis que não são somente os imóveis em geral mas também abrangem também sua visibilidade e fruição da localidades em redor do edifício.
Segundo a fundação do patrimônio histórico e artístico de Pernambuco (FUNDARPE), embasada na constituição federal que descreve o patrimônio é constituído pelos bens materiais e imateriais que se referem à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, como sejam: as formas de expressão, os modos de criar, fazer, viver, as criações cientificas, artísticas e tecnológicas, obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços as manifestações artístico-culturais, os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e cientifico.
Mais precisamente o Brasil, por seu extenso território e sua variedade étnica, cultural, que influenciam nos modelos arquitetônicos das construções, e monumentos em geral por esse e entre outros fatores torna-se de suma importância a preservação desses bens materiais ou não materiais.  
Logo, observamos que a constituição protege o patrimônio cultural com o intuito de preservar os mesmos para analises e conhecimento das gerações futuras. Sendo assim o patrimônio cultural parte da herança comum da nação, a sua conservação é de interesse geral, tanto do poder público como dos proprietários e de toda a comunidade. Entretanto, a legislação indica que o Proprietário de um bem tombado é o primeiro responsável por sua integridade, cabendo-lhe, se não dispuser de recursos para sua conservação e reparação, comunicar a necessidade das obras à Secretaria de Cultura, que providenciará a devida execução. A preservação de bens patrimoniais deve ter por finalidade conservar traços da vida comum, quotidiana, e mostrar como vivia a sociedade em determinada época [...] a conservação de bens patrimoniais deve ter por objeto edificações que tenham um significado coletivo para determinada comunidade, pois se perpetua a memória de uma sociedade preservando-se os espaços utilizados por ela na construção de sua história. (TOMAZ.2010).
Até agora vimos que existem leis que protegem o patrimônio histórico cultural que, por conseguinte derivam uma serie de subdivisões que facilitam a proteção e o entendimento dessas leis de defesa ao patrimônio histórico cultural, porém o descaso em preservar esses bens materiais ou não materiais na população ainda é visível, logo, as autoridades competentes não são cobradas de maneira constante acarretando então na má conservação desses patrimônios.  Por esse e muitos outros fatores medidas devem ser tomadas e alguns passos devem ser seguidos para a conservação desses patrimônios culturais que podem servir como marco teórico na historia de uma nação ou de uma comunidade.

Porém influenciado pelo modelo econômico capitalista, o contexto histórico de uma certa região ou uma cidade é deixada de lado para satisfazer os anseios da sociedade, onde basicamente podemos caracterizar a demolição de um imóvel histórico para o aproveitamento de seu território na construção de um edifício habitacional, shopping centers, parques de diversão entre outros.
Para preservar um patrimônio cultural como já vimos, basicamente é necessário o empenho da sociedade em geral, conhecer os bens, sua importância e sua historia em relação a uma localidade através de pesquisas de campo e consultas históricas. Um segundo passo não menos importante é a utilização dos meios de comunicação como televisão, revistas científicas, jornais, portais na internet, lembrando também das instituições de ensino que tem a função de desenvolver o sentimento de valorização dos bens culturais e a reflexão sobre as dificuldades de sua preservação.
“Uma política de preservação não pode ter como objeto apenas a preservação dos bens patrimoniais em si, embora as situações em que essa política muitas vezes é estabelecida a forcem a isso”. (TOMAZ, 2010, p.??).
Cabe a nós acadêmicos, as autoridades competentes e as autoridades em geral preservar os bens patrimoniais culturais, sendo de caráter municipal, nacional ou internacional, pois através dele que fragmentos de nossa história são preservados e transmitidos de geração após geração, devemos também zelar por eles e cobrar as autoridades competentes na manutenção desses monumentos para que sempre fique viva a história das nossas cidades, regiões e países.
Abaixo poderemos então acompanhar uma fotografia tirada por José Carlos Farina advogado e ex-vereador da cidade de Rolândia.

FALTA POUCO PARA O DESMANCHE TOTAL



























Conclusão

Como podemos ver, mais uma vez o modelo econômico capitalista que nos cerca teve como função agir, com fins lucrativos, pouco se importando com a historia e também com os monumentos que marcam esses fatos ocorridos, sendo visível que mais uma vez o descaso da população em geral, também é visível que existem leis que protegem esses monumentos e que cabe a população juntamente com as autoridades competentes zelar pelas condições desses monumentos que reproduzem fragmentos da nossa história.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ROLÂNDIA - NATAL MENGALI - O TRATORISTA MAIS ANTIGO DA PREFEITURA

CRÔNICAS DO JOSÉ CARLOS FARINA


UM POUCO DE HISTÓRIA
MINHA INFÂNCIA NA ROÇA EM ROLÂNDIA

Passei a minha infância (anos 60) no Município de Rolândia, norte do Paraná. Como eu tinha os meus avôs, tios e primos morando na zona rural (sítio ) passava todas as férias com eles. Acordávamos bem cedinho... por volta das 6:00 horas.  Os passarinhos nos acordavam sempre neste horário com a alvorada. Eram bem-te-vis, pássaros pretos, anús, tizil, sanhaços, sabiás, tico-tico e pombinhas... Corríamos para o curral para pegar leite quente com espuma e açúcar direto no copo. Depois vínhamos para a cozinha comer pão com toucinho ou pão com torresmo. Logo cedo inventávamos um monte de brincadeiras. Uma delas era caçar passarinhos com estilingue. Pegávamos um embornal... o  colocávamos atravessado no ombro e íamos para o rio pegar seixos (pequenas pedras arrendondadas). Após, entrávamos no pomar ou no cafezal na esperança de abater uma pomba juriti para o almoço. Mas Deus sempre protegeu estas aves. Nunca consegui matar uma sequer. Bom... então armávamos arapucas para pegá-las. Muitas vezes conseguimos pegá-las. Levávamos as pobrezinhas para o meu tio abater. Após tirar as vísceras e as penas não sobrava quase nada de carne. No verão, na parte da tarde, íamos quase todo dia nadar no riacho. Era um ribeirão pequeno de águas cristalinas e puras. Podíamos até beber  água diretamente do rio. Como o rio era muito pequeno, tínhamos que represá-lo. Colocávamos pedras, madeiras e barro. Tínhamos muita paciência e tempo. Caprichávamos tanto que muitas vezes conseguíamos até 0.80 centímetros de profundidade. Nossa!... para nós era melhor que piscina. Água limpa e geladinha. Foi assim que aprendi a nadar. Primeiramente estilo "cachorrinho" e depois "braçada". Tenho até hoje na minha mente a delícia daquelas águas "profundas" e geladas.... Muitas vezes levávamos peneira para pescarmos. íamos peneirando a água próximo ao barranco, trazendo para cima, barro, pedras e (quando dava sorte) lambaris e camarões de água doce. Mas, o que mais pegávamos eram carangueiros e girinos (filhotes de sapo). Saíamos sempre também  a passear à cavalo. Meu avô tinha duas éguas, a Serena e a Gaucha. As duas eram negras e tinham manchas brancas na testa. Eram lindas. Eu sempre montava a Gaucha que era mais mansa e o meu primo a Serena que era arisca. As vezes íamos longe. Até o Caramurú. Não havia perigo... Não tinha bandido... Não tinha ladrão... Era um prazer incrível poder respirar aquela brisa com o cheiro da florada dos eucaliptos e flores silvestres. Era tudo tão bonito... aqueles cafezais... os trabalhadores capinando a roça...os cumprimentos... tarde!... dia!... (quase ninguém falava bom dia!.. Boa tarde!...) As vezes apostávamos corrida. (eu perdia sempre e ainda gritava: - me espera preto (apelido do Toninho).  Ao chegarmos em casa andávamos com as pernas abertas por causa das feridas que se formavam nas nádegas. Era uma cavalgada hoje e um período de descanso de pelo menos uns cinco dias para que as feridas cicatrizassem. Eu, meu primos e irmãos adorávamos também acompanhar meu tio e meu avô em viagens de charrete até a venda do Caramurú. Enquanto o meu tio tomava uma "branquinha" eu e meu primo comíamos sanduiche de mortadela e paçoquinha. Meu tio Manoel tinha quatro cachorros americanos de caça e sempre o acompanhávamos em suas caçadas. Era muito divertido. Quando os cães "levantavam" alguma paca ou cotia começavam a correr e uivar sem parar. Ai nós tínhamos que correr junto para ver o resultado. As vezes corríamos uma manhã inteira e era só frescura dos cachorros. (não tinha bicho nenhum). Eu gostava muito quando chegava visita à noite. Eu e meu primo ficávamos sentados ao lado do fogão caipira à lenha comendo pipoca e o meu tio, avô  e visita ficavam contando causos de assombração. O duro era dormir depois. A gente sempre acreditava naquelas mentiras que eles contavam. Eles sempre falavam assim: - "Não sei se é verdade, mas lá em Barretos, meu avô contava que aparecia uma luzinha depois da meia noite e acompanhava os cavaleiros e suas comitivas". A gente sempre ajudava a avó na capina e limpeza do quintal e do pomar e em troca ela fazia pra nós cural de milho, bolos e outras guloseimas. Fazíamos casas do Tarzan em cima das árvores. Amarrávamos uma corda para subir e descer da árvore. Íamos a uma floresta que havia lá perto atrás de marfim para fazermos arco e flexa. Os arcos eram tão bons que conseguíamos arremessar flexas a mais de 50 metros de distância. Subíamos em eucaliptos finos, e, estando lá em cima, forçávamos o tronco a inclinar até  alcançarmos o chão. À noite em nosso quarto ficávamos contando "estórias" e piadas que ouvíamos dos adultos. Na falta de piadas novas repetíamos as de sempre. E o pior, sempre ríamos do mesmo jeito  (isso é que é solidariedade). Teve uma época que  fazíamos carrinhos com rodas de pau e apostávamos corrida descendo em alta velocidade o carreador do sítio. Muitas vezes o "breque" falhava e acabávamos parando com o "chifre" no barranco. As corridas sempre acabavam em chôro. Um dia resolvermos construir um barco para navegar na represa do meu avô. Usamos um tacho (não deu certo)... usamos a mantimenteira da minha avó (também não deu certo)... Aí o meu tio Mané teve uma feliz ideia. Foi lá no mato e cortou uma árvore de imbaúva que é oca por dentro... juntou dois troncos em forma de "V" e pregou taboinhas... Aí deu certo... Passamos uma tarde deliciosa remando e pescando lambaris na represa. Tenho muitas outras estórias para contar, mas vai ficar para outro oportunidade. Até lá pessoal!...JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO - ROLÂNDIA - PR

terça-feira, 13 de setembro de 2011

ATLETA ROLANDENSE RENATA DA SILVA LOPES É DESTAQUE NACIONAL



FOLHA DE LONDRINA 13/09/2011 - CLIQUE NA FOTO PARA AUMENTÁ-LA
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domingo, 11 de setembro de 2011

MINHA INFÂNCIA NA ROÇA NO NORTE DO PARANÁ - by FARINA



TEMPOS FELIZES



Passei a minha infância (anos 60) no Município de Rolândia, norte do Paraná. Como eu tinha os meus avôs, tios e primos morando na zona rural (sítio ) passsava todas as férias com eles. Acordávamos bem cedinho... por volta das 6:00 horas.  Os passarinhos nos acordavam sempre neste horário com a alvorada. Eram bem-te-vis, pássaros pretos, anús, tizil, sanhaços, sabiás, tico-tico e pombinhas... Corríamos para o curral para pegar leite quente com espuma e açucar direto no copo. Depois vínhamos para a cozinha comer pão com toucinho ou pão com torresmo. Logo cedo inventávamos um monte de brincadeiras. Uma delas era caçar passarinhos com estilingue. Pegávamos um embornal... o  colocávamos atravessado no ombro e íamos para o rio pegar seixos (pequenas pedras arrendondadas). Após, entrávamos no pomar ou no cafezal na esperança de abater uma pomba juriti para o almoço. Mas Deus sempre protegeu estas aves. Nunca consegui matar uma sequer. Bom... então armávamos arapucas para pegá-las. Muitas vezes conseguimos pegá-las. Levávamos as pobrezinhas para o meu tio abater. Após tirar as víceras e as penas não sobrava quase nada de carne. No verão, na parte da tarde, íamos quase todo dia nadar no riacho. Era um ribeirão pequeno de águas cristalinas e puras. Podíamos até beber  água diretamente do rio. Como o rio era muito pequeno, tínhamos que represá-lo. Colocávamos pedras, madeiras e barro. Tínhamos muita paciência e tempo. Caprichávamos tanto que muitas vezes conseguíamos até 0.80 centímetros de profundidade. Nossa!... para nós era melhor que piscina. Água limpa e geladinha. Foi assim que aprendi a nadar. Primeiramente estilo "cachorrinho" e depois "braçada". Tenho até hoje na minha mente a delícia daquelas águas "profundas" e geladas.... Muitas vezes levávamos peneira para pescarmos. íamos peneirando a água próximo ao barranco, trazendo para cima, barro, pedras e (quando dava sorte) lambaris e camarões de água doce. Mas, o que mais pegávamos eram carangueiros e girinos (filhotes de sapo). Saíamos sempre também  a passear à cavalo. Meu avô tinha duas éguas, a Serena e a Gaucha. As duas eram negras e tinham manchas brancas na testa. Eram lindas. Eu sempre montava a Gaucha que era mais mansa e o meu primo a Serena que era arisca. As vezes íamos longe. Até o Caramurú. Não havia perigo... Não tinha bandido... Não tinha ladrão... Era um prazer incrível poder respirar aquela brisa com o cheiro da florada dos eucaliptos e flores silvestres. Era tudo tão bonito... aqueles cafezais... os trabalhadores capinando a roça...os cumprimentos... tarde!... dia!... (quase ninguém falava bom dia!.. Boa tarde!...) As vezes apóstavamos corrida. (eu perdia sempre e ainda gritava: - me espera preto (apelido do Toninho).  Ao chegarmos em casa andavámos com as pernas abertas por causa das feridas que se formavam nas nádegas. Era uma cavalgada hoje e um período de descanso de pelo menos uns cinco dias para que as feridas cicatrizassem. Eu, meu primos e irmãos adorávamos também acompanhar meu tio e meu avô em viagens de charrete até a venda do Caramurú. Enquanto o meu tio tomava uma "branquinha" eu e meu primo comíamos sanduiche de mortadela e paçoquinha. Meu tio Manoel tinha quatro cachorros americanos de caça e sempre o acompanhávamos em suas caçadas. Era muito divertido. Quando os cães "levantavam" alguma paca ou cotia começavam a correr e uivar sem parar. Ai nós tínhamos que correr junto para ver o resultado. As vezes corríamos uma manhã inteira e era só frescura dos cachorros. (não tinha bicho nenhum). Eu gostava muito quando chegava visita à noite. Eu e meu primo ficávamos sentados ao lado do fogão caipira à lenha comendo pipoca e o meu tio, avô  e visita ficavam contando causos de assombração. O duro era dormir depois. A gente sempre acreditava naquelas mentiras que eles contavam. Eles sempre falavam assim: - "Não sei se é verdade, mas lá em Barretos, meu avô contava que aparecia uma luzinha depois da meia noite e acompanhava os cavaleiros e suas comitivas". A gente sempre ajudava a avó na capina e limpeza do quintal e do pomar e em troca ela fazia pra nós cural de milho, bolos e outras guloseimas. Fazíamos casas do Tarzan em cima das árvores. Amarrávamos uma corda para subir e descer da árvore. Íamos a uma floresta que havia lá perto atrás de marfim para fazermos arco e flexa. Os arcos eram tão bons que conseguíamos arremessar flexas a mais de 50 metros de distância. Subíamos em eucaliptos finos, e, estando lá em cima, forçávamos o tronco a inclinar até  alcançarmos o chão. À noite em nosso quarto ficávamos contando "estórias" e piadas que ouvíamos dos adultos. Na falta de piadas novas repetíamos as de sempre. E o pior, sempre ríamos do mesmo jeito  (isso é que é solidariedade). Teve uma época que  fazíamos carrinhos com rodas de pau e apostávamos corrida descendo em alta velocidade o carreador do sítio. Muitas vezes o "breque" falhava e acabávamos parando com o "chifre" no barranco. As corridas sempre acabavam em chôro. Um dia resolvermos construir um barco para navegar na represa do meu avô. Usamos um tacho (não deu certo)... usamos a mantimenteira da minha avó (também não deu certo)... Aí o meu tio Mané teve uma feliz ideia. Foi lá no mato e cortou uma árvore de imbaúva que é oca por dentro... juntou dois troncos em forma de "V" e pregou taboinhas... Aí deu certo... Passamos uma tarde deliciosa remando e pescando lambaris na represa. Tenho muitas outras estórias para contar, mas vai ficar para outro oportunidade. Até lá pessoal!...JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO - ROLÂNDIA - PR.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

ROLÂNDIA - ANOS 30 - QUANDO TUDO COMEÇOU


Os primeiros moradores chegaram no início dos anos trinta, provenientes da Alemanha, itália, japão, hungria, espanha, portugal, suiça  e fixaram-se no município.  Pouco mais tarde é a vez de paulistas, mineiros e nordestinos
O início da formação da cidade se dá em 1934 com a construção do primeiro hotel, o Hotel Rolândia. O pequeno núcleo urbano vai se ampliando com o Hotel Estrela, a confeitaria e a padaria do Max Dietz, o escritório da Cia. de Terras, as estações ferroviárias e rodoviária, junto com as primeiras moradias e casas comerciais.
Em meados dos anos trinta é inaugurada a estrada de ferro ligando Rolândia a Londrina. Para a localidade, o trem foi fator de mudança, propiciando o crescimento e o desenvolvimento da região. Com o trem, com chuva ou com sol os pioneiros podiam viajar e comprar e embarcar mercadorias, safras agrícolas e animais.
Inicialmente, Rolândia se torna Distrito de Londrina em 1938. Já o Decreto de criação do município é de dezembro de 1943.
Como ocorreu em toda região norte-paranaense, Rolândia vai encontrar na agricultura, e mais especificamente no café, o modelo de seu desenvolvimento econômico. O ciclo do café, que se estende até os anos 70, modifica a paisagem, fazendo surgir no lugar da exuberante mata, grandes cafezais, oportunizando trabalho para inúmeras famílias e a formação de riquezas. O café empregava muitas famílias de porcenteiros e "volantes". Havia muita fartura... muitas festas.. a cidade ficava movimentada nos finais de semana.
Foram os paulistas e mineiros que implementaram os contratos de parceria agrícola, essa relação de trabalho era desconhecida pelos alemães, porém, logo foi adotada nas suas propriedades rurais, já que se constitui numa forma de cultivar a terra sem despender capital.
A cidade formava-se e crescia com a cafeicultura. São diversas máquinas de benefício de café, cerealistas, serrarias, que compõem o comércio local, além de casas de “secos e molhados”, isto é, “vendas” onde se encontrava tudo o que era necessário como alimentos, roupas, sapatos, artigos para o trabalho agrícola (enxadas, peneiras, ferramentas), etc.
Também se instalam as escolas, as pensões, agências bancárias, clubes recreativos ou de lazer e os profissionais liberais, entre eles médicos, dentistas, advogados.
Ainda hoje, a agricultura é a responsável pela economia do município, O cultivo de soja, milho, cana-de-açúcar, café, bicho-da-seda, laranja, mandioca, são os principais produtos agrícolas, ao lado de algumas indústrias: torrefação de café, usina de álcool e açúcar, móveis, doces, fécula de mandioca, curtumes, abatedouro de aves, etc.